A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou à imprensa após uma reunião com os governadores dos 16 estados federados que houve acordo para alargar o confinamento em vigor.

“Somos obrigados a agir e vamos agir”, disse a chanceler numa conferência de imprensa em Berlim, acompanhada do ministro das Finanças, Olaf Sholz, e do governador da Baviera, Markus Söder.

As restrições em vigor, impostas em novembro, não levaram a uma redução significativa do número de novas infeções, frisou Merkel.

A chanceler apontou “as muitas mortes” e “o crescimento exponencial das infeções”, evocando os números de hoje, que contabilizam 20.200 novas infeções pelo vírus SARS-Cov-2 e 321 mortes associadas à covid-19, valores especialmente elevados tratando-se de um domingo, dia em que várias autoridades locais não transmitem os seus dados.

Entre 24 e 26 de dezembro, apenas serão permitidas reuniões entre membros de dois agregados familiares.
Com exceção desses dias de Natal, mantém-se em vigor a regra que limita cinco o número de pessoas em reuniões em espaços fechados, sem contar com crianças até aos 14 anos.

É proibida a venda de foguetes e fogo-de-artifício, usados tradicionalmente para celebrar o Ano Novo, e de álcool ao ar livre.

Desde o início do confinamento parcial, em novembro, muitos restaurantes e bares, obrigados a fechar, montaram bancas nas ruas para a venda de vinho quente (“Glühwein”), uma tradição natalícia alemã.

Restaurantes, bares, museus, teatros e todas as instalações desportivas, encerrados desde novembro, mantém-se fechados.

Os trabalhadores são instados ao teletrabalho sempre que possível ou a tirar férias por três semanas e meia, “para permitir a aplicação a todo o país do princípio +Ficamos em casa+”.

O ministro das Finanças anunciou que em breve será aprovado um novo pacote de apoio à economia.

Desde o início da pandemia, a Alemanha registou 1,3 milhões de infeções e quase 22 mil mortos, segundo números oficiais. O recorde diário foi batido na sexta-feira passada, com 29.875 casos e 598 mortes.

Depois da reunião de ontem com os 16 Executivos regionais, a chanceler Angela Merkel ressalvou que “[h]á uma necessidade urgente de agir", falando sobre a pandemia de covid-19.

Na quarta-feira, Merkel defendeu um endurecimento das restrições à vida pública e atividade económica, também no Natal, perante o elevado número de mortos.

Até esta manhã, ainda não havia uma decisão unificada. No entanto, alguns "Länder" já tinham começado a avançar para o confinamento completo, o que sucedeu, este domingo, na Saxónia (leste), com escolas e lojas fechadas. Já Baden-Württemberg (sudoeste) aplicou novas restrições desde sábado.

Outros, como a Baviera (sul), aplicaram medidas nos últimos dias, além das acordadas no final de dezembro.

A Alemanha registou 20.200 novas infeções por SARS-CoV-2 e 321 mortes nas últimas 24 horas, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), citados pela agência EFE.

Os números representam uma diminuição clara em relação às máximas de sexta-feira. No entanto, os valores do fim de semana são geralmente mais baixos, porque se realizam menos testes e nem todos os laboratórios locais reportam dados.

Em comparação com o domingo anterior, foram contabilizados quase 2.500 casos a mais.

O recorde verificou-se esta sexta-feira, com 29.875 novos casos e 598 vítimas mortais.

Neste sábado, foram comunicados números ligeiramente mais baixos: 28.438 novos casos e 496 mortes.

Nos últimos sete dias, foram registados 140.383 casos na Alemanha - o país mais populoso da União Europeia, com 83,2 milhões de habitantes -, sendo que a incidência acumulada nesse período para o país como um todo é de 169,1 casos por cada 100.000 habitantes.

Desde o início da pandemia, a Alemanha contabilizou 1.320.716 infeções pelo novo coronavírus (mais de 1,5% da população) e 21.787 óbitos.

O RKI estima que o número de recuperados seja de 967.900 pessoas, enquanto cerca de 330.000 são casos ativos.
Tendo em conta os números de covid-19, a chanceler alemã, Ângela Merkel, e os chefes dos 16 executivos regionais do país, reúnem-se este domingo, por videoconferência, para decidirem aumentar as restrições na vida pública e atividade económica para um confinamento “mais duro”.