Depois de, no final de março, o comissário para a Justiça e Consumidores, Didier Reynders, ter enviado uma carta a apelar à cooperação das plataformas de comércio eletrónico Allegro, Amazon, AliExpress, Bing, CDiscount, eBay, Facebook, Google, Rakuten, Wish e Yahoo, o executivo comunitário vem hoje anunciar que todas estão a “adotar medidas para impedir fraudes na internet relacionadas com produtos falsos contra o vírus, como máscaras faciais, luvas e desinfetantes” no mercado ‘online’ da União Europeia (UE).
Na resposta dada à Comissão Europeia, o eBay, por exemplo, assegura ter já em curso “uma série de medidas para proteger os consumidores em toda a UE diante das práticas fraudulentas e enganosas relacionadas com a covid-19″.
Em concreto, desde o início do surto, a plataforma norte-americana indica ter já removido 600 mil anúncios falsos, ter eliminado 4,5 milhões de ofertas devido a um sistema automático de bloqueio de preços e ainda ter suspendido, de forma temporária ou definitiva, mais de 2.700 vendedores.
O eBay adianta ainda ter uma equipa dedicada a fazer uma monitorização manual destes anúncios 24 horas por dia, sete dias por semana, medida semelhante à adotada pela outra gigante norte-americana, a Amazon.
Respondendo à Comissão Europeia, a Amazon também aponta uma “monitorização proativa” dos anúncios, garantindo ainda estar a “aplicar agressivamente as políticas de proteção dos utilizadores”.
“Removemos centenas de milhares de ofertas a preços elevados com grande procura, removemos milhões de anúncios de produtos com falsas promessas sobre o novo coronavírus, suspendemos milhares de contas de vendedores que praticaram preços inflacionados”, elenca a Amazon.
Além disso, “estamos em contacto com as autoridades nacionais da concorrência em toda a Europa e estamos a trabalhar com várias autoridades policiais dos Estados-membros e com a Europol para processar os maiores criminosos”, adianta a Amazon.
As outras plataformas também garantiram a Bruxelas estar a agir contra quem se aproveita da pandemia para fazer negócio, nomeadamente através da monitorização automática e consequente bloqueio através de palavras-chave e categorias de produto, adoção de algoritmos para combater a manipulação de preços, proibições temporárias à venda ou publicidade de produtos específicos como máscaras ou desinfetantes, criação de listas com vendedores confiáveis e ainda a promoção de denúncias sobre práticas desleais.
Ainda hoje, a Europol, serviço europeu de polícia, se mostrou “muito preocupada” com o aumento de crimes na internet em altura de confinamento devido à pandemia covid-19, nomeadamente relacionados com o comércio eletrónico.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
O continente europeu, com cerca de 560 mil infetados e perto de 39 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos.
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