A utilização daquela verba para fins ambientais na Amazónia brasileira foi acordado entre o Governo federal, representantes de Câmara dos Deputados e Senado, e da ProcuradoriaGeral da República do país sul-americano, segundo a imprensa local.

O valor será direcionado para ações de prevenção, fiscalização e combate à desflorestação, incêndios e outros ilícitos ambientais nos estados que compõem a Amazónia Legal, inclusive na faixa de fronteira.

A chamada zona da Amazónia Legal compreende os estados de Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondónia, Roraima e Tocatins, além de parte do Maranhão e do Mato Grosso.

O Fundo da Lava Jato, maior operação contra a corrupção no Brasil, é resultado de negociações para encerrar investigações sobre a Petrobras nos Estados Unidos, devido a desvios na petrolífera estatal, que teriam prejudicado investidores norte-americanos.

“Acho que é o momento de o Brasil celebrar que aquele valor aplicado de multa pelos Estados Unidos, a partir deste consenso, vai ser possível ter um destino público, correto, justo e que atenda ao interesse público”, disse o líder da Advocacia-Geral da União, órgão do Governo, André Mendonça, citado pelo portal de notícias G1.

“O acordo indica claramente onde o dinheiro vai ser gasto e será definido o modo de controlo de execução dessas verbas. Haverá a supervisão pelo Tribunal de Contas da União e pela Controladoria-Geral da União, com prestação de contas de cada centavo gasto”, afirmou, por sua vez, a procuradora-geral da República brasileira, Raquel Dodge.

A Petrobras acertou com autoridades norte-americanas o pagamento de 853,2 milhões de dólares (773,3 milhões de euros). Desse valor, 682 milhões de dólares (618 milhões de euros) deverão ser aplicados no Brasil, sendo que o montante, que se encontra bloqueado, está depositado numa conta judicial, de acordo com o G1.

Outra quantia, de 1,6 mil milhões de reais (350 milhões de euros), será aplicada na Educação, segundo o “requerimento conjunto para destinar os valores” do fundo.

Os termos do acordo ainda terão de ser homologados pelo juiz do Supremo Tribunal Federal e relator do processo, Alexandre de Moraes.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta. Tem cerca de cinco milhões e meio de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (território pertencente à França).

De janeiro até ao primeiro dia de setembro deste ano, o bioma (conjunto de ecossistemas) Amazónia acumulou 47.804 focos de incêndio apenas no Brasil, de acordo com o sistema de monitorização do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Agosto foi o pior mês para a Amazónia desde 2010, com o número de incêndios na região a triplicar em relação a agosto do ano passado, passando de 10.421 em 2018 para 30.901 em 2019.