"Já entregamos a nossa proposta na Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e estamos a querer falar com as diversas partes interessadas para explicar alguns pormenores de detalhe do sistema que queremos" apresentar, avançou à agência Lusa o diretor da Amb3E.
Pedro Nazareth referiu que o cliente típico da Amb3E é o fabricante ou importador de equipamentos elétricos, aparelhos que vêm embalados, e de pilhas, portanto, "nada mais natural que ele ter um sítio onde pode ir e resolver de forma rápida e expedita as suas responsabilidades legais em matéria de reciclagem", explicou.
Assim, "surge como natural para nós integrarmos o fluxo de embalagens sob gestão e este é o novo projeto Amb3E", acrescentou o responsável.
Atualmente, é a Sociedade Ponto Verde (SPV) que gere este fluxo específico de lixo e entretanto, surgiu uma nova entidade interessada em concorrer com a SPV, a Nova Verde, a que se junta agora a Amb3E.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), apresentada a 14 de outubro, o Governo refere a intenção de atribuir em 2017 as licenças aos sistemas de gestão de resíduos de embalagens, equipamentos elétricos e eletrónicos, pilhas, pneus e veículos velhos, e clarificar as regras para o composto nas unidades de tratamento mecânico e biológico.
"Em matéria de fluxos específicos de resíduos, proceder-se-á à atribuição das licenças para sistemas integrados de gestão, nomeadamente de resíduos de embalagens, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, pilhas e acumuladores, pneus e veículos em fim de vida", refere o documento.
A maior parte das entidades que gerem estes tipos específicos de lixo, que são recolhidos de forma seletiva e reencaminhados para um correto tratamento, como a SPV, para as embalagens, espera a renovação da sua licença há alguns anos e tem vindo a funcionar com sucessivas prorrogações.
"O que procuramos com este novo projeto é alargar o âmbito do serviço que já prestamos aos nossos clientes, a cerca de 1.300 agentes económicos", salientou Pedro Nazareth.
A Amb3E "será responsável pela gestão e articulação com os diversos municípios do país" para aquela atividade de recolha seletiva, especificou.
O diretor geral da Amb3E, defende existir "espaço para que coexista a gestão de recolha de resíduos de embalagens no geral, do ecoponto amarelo, como o conhecemos, mas também as redes complementares de recolha, seja no setor elétrico, seja em outros intervenientes na cadeia de valor que possam fazer sentido do ponto de vista logístico".
A Amb3E está em concorrência desde o início da sua atividade, com a entidade ERP.
Para "passar de um sistema que funciona, diria, em pleno monopólio para um sistema que funcione em concorrência" é necessário esteja em funcionamento o Observatório de Resíduos, que vai gerir o mecanismo de alocação e a câmara de compensação entre entidades.
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