Aproveitando o momento político, poucos dias depois da posse do novo executivo, os manifestantes vão “exigir que o Governo espanhol tome medidas no sentido de colocar em marcha o encerramento das centrais nucleares ainda em funcionamento em Espanha, onde está incluída a central de Almaraz” e que não autorize a exploração de urânio prevista para Retortillo, em Salamanca, perto da bacia do rio Douro, a 40 quilómetros da fronteira, segundo a organização ambientalista Quercus.
Aquilo que a Quercus espera é que, “com esta manifestação seja dado mais um sinal daquilo que os cidadãos de Portugal e Espanha querem, que é o encerramento das centrais nucleares em Espanha e o não avanço do projeto da mina de Retortillo”, resumiu à agência Lusa Nuno Sequeira, da Quercus.
O ambientalista da Quercus, uma das organizações dos dois países reunidas no Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), falava a propósito da manifestação anual e da assembleia-geral, marcada para Salamanca.
A licença para a construção de uma unidade para armazenamento de resíduos nucleares perto da central nuclear de Almaraz, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal, chegou a originar uma queixa do Estado português à União Europeia.
A construção tem levado a várias reações negativas dos ambientalistas, mas também de partidos político na Assembleia da República, como o Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista os Verdes, que vão acompanhar a manifestação de hoje.
Quanto à exploração de urânio numa mina a céu aberto, a Quercus aponta “inúmeros e significativos impactes” para os dois lados da fronteira, onde se incluem o abate de cerca de 30 mil azinheiras, o risco de contaminação atmosférica com poeiras radioativas, escorrências de materiais radioativos e a contaminação dos solos com metais pesados.
Comentários