“Pedimos aos países desenvolvidos que cumpram as suas promessas de financiamento climático e de desenvolvimento e cumpram os seus compromissos de duplicar o financiamento para a transição verde, especialmente para África”, salientaram os líderes africanos no Cairo, durante uma reunião preparatória sobre alterações climáticas.

Os dirigentes africanos recordaram ainda “o impacto desproporcionado das alterações climáticas (…) no continente dada a sua baixa pegada de carbono, com África a contribuir com menos de 4% das emissões de gases com efeito de estufa”.

Por outro lado, as “florestas da Bacia do Congo” são, com a Amazónia, o principal pulmão verde do planeta, que “captura carbono”.

O enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, referiu a representantes de países africanos na quarta-feira que esperava que a COP27 pudesse libertar “a energia que é necessária para mudar o mundo”, admitindo problemas.

A reunião de três dias, que decorreu na “nova capital” do Egito, no deserto a 50 quilómetros do Cairo, seguiu-se a uma cimeira, na segunda-feira, nos Países Baixos, destinada a apoiar África perante as alterações climáticas.

O Presidente da União Africana (UA) e chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, assinalou “com amargura a ausência de dirigentes dos países industrializados” em Roterdão.

A COP27, agendada para novembro no Egito, pretende “levar a voz dos líderes africanos, de forma a mobilizar mais apoios internacionais para uma recuperação ecológica de África”, segundo a Comissão Económica das Nações Unidas para África.

O evento deverá também analisar o financiamento destinado a ajudar os países mais vulneráveis a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa.

Os líderes africanos pediram no Cairo que “seja reduzido o custo dos empréstimos verdes” citando “o papel decisivo das organizações financeiras internacionais e dos bancos multilaterais de desenvolvimento” nesta área.

Para o Egito, este fórum terá permitido para “preparar o terreno” para o “dia das finanças”, que terá lugar durante a COP27 e que é organizado pelo ministro das Finanças egípcio, salientou Rania al-Mashat, ministra da Cooperação Internacional, durante a cerimónia de encerramento do fórum.

O país de 103 milhões de habitantes, cuja costa norte está ameaçada pela subida das águas e que vê os seus corais morrerem com o aquecimento do mar Vermelho, já está a multiplicar projetos para atingir sua meta de 42% da sua eletricidade proveniente de energia renovável até 2035.

Para os defensores de direitos humanos, por outro lado, a atribuição da COP27 ao Egito é percebida como uma “recompensa pelo poder de repressão”.

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