A preocupação da Grécia aumentou hoje, depois de o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter dito que uma ofensiva turca pode ser lançada a qualquer momento no nordeste da Síria para “limpar” a região de “terroristas”.
A ameaça foi feita na sequência de um anúncio feito no domingo pela Casa Branca que garantia que as tropas dos Estados Unidos estacionadas na Síria seriam retiradas da fronteira com a Turquia já que este país iria desencadear “em breve” uma intervenção militar no norte da Síria.
A intervenção deverá resultar num aumento dos refugiados que pretendem fugir da Turquia para os países da União Europeia e que, em muitos casos, optam pela rota do Mediterrâneo, ou seja, pelos destinos Itália, Grécia e Malta.
Nas últimas semanas, o número de migrantes que chegou às ilhas do mar Egeu multiplicou-se e o campo de Moria, o maior da região, passou a albergar cerca de 13 mil pessoas, quando a sua capacidade é para três mil.
O Governo grego anunciou na semana passada um plano para devolver 10 mil migrantes à Turquia até ao final de 2020, número muito superior aos 1.800 que foram reenviados para aquele país nos últimos quatro anos e meio.
Também o autarca de Lesbos e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediram às autoridades gregas que “descongestionem imediatamente” o campo de refugiados de Moria, depois de um incêndio na semana passada, e que “acelerem as transferências para o continente”.
Hoje, mais de 500 migrantes que estavam nas ilhas à procura de asilo chegaram ao porto de Pireu, perto de Atenas, e foram levados em autocarros para um novo campo de acolhimento no Norte da Grécia.
O plano de transferências para o continente foi já aumentado, para incluir as cinco ilhas gregas no leste do Mar Egeu com campos de refugiados, mas o programa pode não chegar para descongestionar as ilhas caso os refugiados da Turquia aumentem.
O ministro da Migração da Grécia, Giorgos Koumoutsakos, disse que o Governo planeia criar campos menores em vários locais do continente.
“Não estamos a transferir as pessoas de campos sobrelotados para outros”, afirmou Koumoutsakos numa entrevista a uma televisão.
“Vamos ter instalações menores espalhadas por todo o país, que não perturbarão as comunidades locais e ajudarão a controlar melhor a situação”, explicou.
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