Conduzido pela Honest Data, o inquérito pedia às pessoas que, perante uma lista, escolhessem a empresa que teria tido um pior impacto na sociedade. Eis as opções: Marlboro, Walmart, Facebook, McDonald’s e Coca-cola.

43% dos inquiridos escolheram a empresa Marlboro e 27% selecionou a opção Facebook. McDonald’s e Walmart receberam, respetivamente, 21% e 18% dos votos. Por outro lado, 36% das pessoas escolheu a opção “nenhuma das empresas da lista”.

Tavis McGinn, fundador da Honest Data, escreveu no LinkedIn que os mais recentes dados não são uma “total surpresa”, dada a publicidade negativa que o Facebook tem recebido nos últimos meses, nomeadamente no que concerne o seu papel na difusão de notícias falsas [fake news], questão que levou a rede social a encetar uma série de alterações na plataforma.

Mark Zuckerberg, fundador da rede social, no dia 31 de janeiro, afirmou que estas mudanças “reduziram em 55 milhões de horas o tempo que as pessoas passam no Facebook”.

“Na esfera pública, as pessoas começam a questionar o impacto a longo prazo do Facebook no bem estar psicológico das pessoas. Vários crimes violentos e suicídios foram ‘transmitidos’ em direto no Facebook. E vários investidores iniciais e funcionários do Facebook questionaram se a rede foi desenhada para ser aditiva e se pode causar lesões cerebrais a longo prazo (especialmente nas crianças)”, acrescenta.

Um estudo da APA PsycNET aponta que vários utilizadores das redes sociais tem a tendência para desenvolver depressão, ansiedade e tendências suicidas. Segundo o jornal Business Insider, o estudo procura mostrar que não são apenas dois fatores correlacionados. Ao invés, as redes sociais conduzem efetivamente a sentimentos negativos.

“Infelizmente, 2017 foi um ano duro para o Facebook. Em 2018, estamos focados em tornar o Facebook não só numa ferramenta de diversão, mas também em algo bom para o bem-estar das pessoas e da sociedade. Estamos a fazer isto ao encorajar conexões entre as pessoas com significado em vez da passividade do consumo de conteúdos”, disse Zuckerberg na sequência da apresentação dos resultados do quarto trimestre.

O Facebook anunciou que em 2017 obteve lucros de 15,9 mil milhões de dólares (12,8 mil milhões de euros), uma subida de 56% em relação aos valores do ano precedente, que superou as expectativas dos analistas. Apesar dos resultados positivos, o mercado reagiu negativamente ao facto de as pessoas passarem menos tempo a usar os serviços da empresa.