“Considerar que certos seres humanos têm menos direitos que outros é espezinhar a própria ideia dos direitos fundamentais universais”, afirmou, em comunicado, a presidente da Amnistia em França, Camille Blanc.
Blanc sublinha que a organização, “fiel ao seu caráter não partidário, nunca na sua história apelou ao voto a favor ou contra um candidato”, mas considerou ter “um dever de alerta” quando os direitos humanos são ameaçados.
Antes da primeira volta, que se realizou a 23 de abril, a Amnistia enviou a todos os candidatos 10 compromissos com os direitos humanos, pedindo-lhes que os subscrevessem.
Emmanuel Macron, candidato independente centrista, pronunciou-se a favor de nove dos dez compromissos, mas Marine Le Pen não respondeu à interpelação.
No comunicado hoje divulgado, a Amnistia apela aos eleitores que tenham consciência do impacto da eleição nos direitos humanos, não apenas em França, como “potencialmente europeu e internacional”, dada nomeadamente a participação de França na União Europeia, Conselho da Europa e Nações Unidas.
A organização considera que as propostas de Macron, sendo positivas, precisam de clarificação, mas, em relação a Le Pen, a Amnistia considera terem sido feitas durante a campanha “propostas perigosas”, “nomeadamente em matéria de asilo, de liberdades e de igualdade no acesso aos direitos”.
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