Sobre o acordo parlamentar nos Açores, que inclui o Chega, a socialista disse que, se fosse Presidente da República, não viabilizaria o acordo e que o PSD se coligou a “uma formação que quer semear o ódio e que tem práticas contra a Constituição”. Neste tópico, citou comportamentos de André Ventura, como mandar uma deputada para a sua terra, neste caso, Joacine Katar Moreira.

Ana Gomes não respondeu à questão, em entrevista ao Observador, sobre se dissolveria a Assembleia Legislativa Regional, enquanto Presidente.

A candidata à posição de Chefe de Estado, eleição que tem data marcada para dia 24 de janeiro, disse que não se substitui ao Tribunal Constitucional, mas que, como Presidente, pediria à instituição se mantém a avaliação que levou à legalização do partido Chega, à luz do que está na Constituição.

Questionada sobre se teria alguma relação com o Chega, enquanto Presidente, respondeu: “Como diplomata estou preparada para falar com o diabo. Agora quando se trata de ter uma relação pessoal isso jamais teria”. Acrescenta que enquanto o partido for legal, “não poderia furtar-se a recebê-lo em Belém, mas isso não queria dizer que lhe apertaria a mão. Isso jamais”.

Ana Gomes esclareceu também a chegada da vacina que tomou, dada por uma amiga de França, dizendo que a vacina era para o marido da amiga que, como recebeu a vacina no local de saúde onde está a ser acompanhado por razões médicas, o casal amigo ficou com uma vacina a mais. A socialista reiterou que na farmácia não lhe foi posto nenhum entrave à toma, que fez no local e assistida, e que a vacina vinha bem acondicionada e identificada como vinda de França - o que ficou escrito no registo de saúde de Ana Gomes.

“Não fiz nenhuma ilegalidade”, voltou a dizer. "Não disseram que era ilegal”, na farmácia. Diz também que na farmácia soube que “afinal havia vacinas, mas eram para empresas que as tinham comprado". Ana Gomes propõe ao Infarmed que 10% do stock seja destinado a grupos prioritários.