“O Conselho de Ministros resolve designar, sob proposta do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Ana Paula Mendes Vitorino para o cargo de presidente do Conselho de Administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes”, lê-se na publicação.
O mandato tem a duração de seis anos e a “resolução produz efeitos a 09 de agosto de 2021”.
O Conselho de Ministros considera que a deputada do PS tem “idoneidade, competência técnica, aptidão, experiência profissional e formação adequadas ao exercício das respetivas funções”, evidenciadas pelo seu currículo.
Ana Paula Vitorino nasceu em 1962, em Maputo, Moçambique, e é licenciada em Engenharia Civil, tem grau de mestre em Transportes, pós-graduação em Organização e Gestão de Empresas de Transportes e grau de especialista em Transportes e Vias de Comunicação, pela Ordem dos Engenheiros.
A antiga ministra do Mar é, desde 1989, professora assistente no Instituto Superior Técnico e foi gestora de instituições portuguesas de serviço público, tais como o gabinete para implementação do metropolitano do sul do Tejo e o Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, tendo sido também secretária de Estado dos Transportes entre 2005 e 2009.
Desde 2005, Ana Paula Vitorino tem exercido as funções de deputada, eleita pelo PS, sendo presidente da Comissão Parlamentar da Cultura e Comunicação, membro efetivo da Comissão de Orçamento e Finanças e suplente da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação e da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
A escolha de Ana Paula Vitorino para o cargo motivou alguma polémica, com alguns partidos a acusarem o Governo de falta de transparência e de “promiscuidade”, apontando também as ligações familiares com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Em audição no parlamento, Ana Paula Vitorino rejeitou que possa ter “falta de isenção” para ocupar o cargo de presidente da AMT.
“Quanto à isenção, independência e transparência”, Ana Paula Vitorino recordou o parecer da CReSAP – Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, que a considerou adequada para a função, depois de avaliar estas questões. “Não trabalhei em áreas que vão ser reguladas”, garantiu, na altura.
“Sou idónea, cumpridora da lei, isenta e livre. Não tenho obediências partidárias”, assegurou, confrontada pelos deputados que a questionaram sobre a sua ligação ao programa do Governo do PS e a ligações familiares.
Quanto às ligações familiares, Ana Paula Vitorino deixou críticas ao deputado do PSD, Carlos Silva: “Enquanto mulher não aceito nem aqui nem em qualquer sítio que ponham em causa a minha capacidade e independência por viver seja com quem for [com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita]”, vincou.
“Isso chama-se machismo e misoginia”, criticou, referindo que nunca admitiu “a tutela moral a ninguém”.
“Eu penso pela minha cabeça, assim como a maioria das mulheres do país”, rematou.
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