O pedido, segundo o secretário de Estado para os Recursos Materiais e Infraestruturas do Ministério da Defesa angolano, Afonso Carlos Neto, enquadra-se na cooperação e visão estratégica a longo prazo para executar os projetos relacionados com a formação, reequipamento e construção de recursos humanos, materiais e infraestruturas.

A posição foi manifestada quarta-feira durante a abertura da 5.ª reunião do Comité Conjunto de Cooperação da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Angola-China, na qual a parte chinesa esteve representada pelo vice-chefe da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional da China, Xu Zhanbin.

A reunião ocorre a pouco menos de duas semanas do Fórum China-África, que decorrerá em Pequim no início de setembro e no qual o Presidente de Angola marcará presença.

Afonso Carlos Neto justificou o pedido face à persistente crise financeira mundial e à falta de um pacote de financiamento institucional, que estão a dificultar a execução de projetos e programas do setor da Defesa.

Sobre a solicitação de Angola, o responsável chinês assegurou que a China “está disponível e disposta” a cooperar com a parte angolana para aprofundar as relações bilaterais, a analisar, até sexta-feira, os projetos parados em Angola e definir um plano de trabalho futuro, incluindo também as áreas da comunicação bilateral e da promoção dos projetos da indústria militar chinesa.

A 4.ª reunião do Comité Conjunto de Cooperação da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa foi realizada em Pequim a 18 de setembro de 2015, e completada pela reunião extraordinária que teve lugar em Luanda, entre 14 a 17 de Maio de 2016, em que foi definido um conjunto de projetos e programas que serão analisados na reunião da capital angolana.

As relações entre Angola e China datam de 1983.

Angola, desde 2007, é o maior parceiro comercial africano da China, com quem coopera nos domínios militar, agrícola, académico, agroindustrial, infraestrutural, petrolífero e tecnológico.

No quadro das boas relações bilaterais, o gigante asiático absorve cerca de metade do petróleo extraído em solo angolano, e conta com mais de 250 mil trabalhadores em Angola, sobretudo na construção e reparação de infraestruturas, nomeadamente caminhos-de-ferro, estradas e habitações.