“Inicialmente, o ministério está empenhado em conceder bolsas de estudo integrais para até 15 alunos de mestrado em diversas disciplinas, incluindo Desenvolvimento Avançado de Recursos Minerais, geociências, engenharia mecânica e de processos, tecnologia de materiais metálicos e mineração sustentável”, lê-se num comunicado enviado à Lusa.
O acordo prevê, no entanto, que depois da seleção num “processo transparente e rigoroso”, os alunos “terão que atender aos critérios de admissão da universidade antes de se qualificarem totalmente para a bolsa”.
A parceria agora anunciada – pela Energy Capital & Power, que organiza o fórum Angola Oil & Gas – entre o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola e a Universidade de Minas e Tecnologia de Freiberg da Saxónia, na Alemanha, surge depois da assinatura de um Memorando em outubro de 2022 entre o Ministro angolano com a tutela dessas áreas, Diamantino Pedro Azevedo, e o Reitor da Universidade de Minas e Tecnologia de Freiberg, Klaus-Dieter Barbknecht, e de uma visita de trabalho à universidade, já este ano.
Além da “oferta académica e de pesquisa, a universidade está localizada numa parte altamente industrializada do estado alemão da Saxónia, o que lhe permite desenvolver fortes colaborações com muitas empresas de alta tecnologia, como a Infineon Technologies” lê-se ainda no comunicado.
Esta proximidade com as empresas, refere-se, “permite que os alunos se envolvam desde cedo em projetos da vida real e, em última análise, espera-se que isto também conduza a uma transferência significativa de tecnologia para o setor mineiro de Angola através dos estudantes que poderão beneficiar do programa de bolsas com início em Setembro de 2024”.
A Universidade de Mineração e Tecnologia de Freiberg é uma das melhores universidades do mundo, especializada em mineração, geociências e especialidades relacionadas. Foi classificada em 5.º lugar na Europa no QS World University Ranking de 2022 por disciplina (categoria “Engenharia Mineral e de Mineração”), de acordo com o Executivo angolano.
O setor mineiro angolano deverá crescer significativamente nos próximos anos, lê-se no comunicado, apontando que “a procura global de múltiplos minerais e terras raras deverá crescer em linha com a crescente procura de minerais para baterias e outros minerais estratégicos”, alterando a predominância dos diamantes como principal exportação mineira angolana, representando 90% do total.
“À medida que o mundo continua a esforçar-se para a transição, espera-se que os minerais de bateria, como o lítio, o níquel, o cobalto, a grafite, o manganês, o alumínio, o estanho e o tântalo, entre outros, cresçam exponencialmente”, sublinha.
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