“Chamo ao ano de 2023 o ano da consolidação. Dizia-se que 2022 tinha sido muito bom, mas que a seguir a dois anos de pandemia, sem viajar ‘era normal as pessoas estavam-se a vingar’. Mas 2023 veio exatamente dizer o contrário: a viagem deixou de ser um luxo e passou a ser uma necessidade. E eu acho que é irreversível, que assim vai continuar nos próximos anos”, afirmou Francisco Calheiros.
O presidente da CTP falava para uma plateia com muitos protagonistas do setor do turismo, economia e diplomacia, em Lisboa, por ocasião da tomada de posse da nova direção da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que manteve Pedro Costa Ferreira na liderança.
“Temos um programa na CTP em que tentamos projetar as reservas que vêm para o ano seguinte e o que temos em cima da mesa é que provavelmente o ano de 2024 poderá ser igual ao ano de 2023”, sublinhou Francisco Calheiros, lembrando que quando era questionado sobre as expetativas para o ano passado afirmava que “a única certeza que tinha era de uma grande incerteza”.
Hoje, diz, as previsões para este ano, de uma manutenção, até se tornam estranhas, assume, já que agora quando questionado sobre 2024 o que diz é que existe “uma gigantesca incerteza”.
“Se havia incerteza com uma guerra, a invasão da Rússia à Ucrânia, hoje temos uma guerra no Médio Oriente que não existia, uma crise inflacionista que ainda não passou. Temos muitos dos nossos principais clientes da Europa ainda numa situação de estagnação, países como a Alemanha, por exemplo, até quase em recessão”, apontou, para reforçar que, apesar da conjuntura, “todos os indicadores dizem” que o ano de 2024 “vai ser pelo menos igual ao de 2023”.
Se assim for, será “uma ótima notícia”, conclui.
Em 03 de janeiro, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, disse que 2023 foi o melhor ano turístico de sempre no país, com mais de 30 milhões de hóspedes, 77 milhões de dormidas e receitas de cerca de 25.000 milhões de euros.
O governante destacou os recordes alcançados nos vários indicadores de procura turística em 2023, com mais de 30 milhões de hóspedes, um crescimento de cerca de 10% face a 2019, que tinha sido o melhor ano turístico, e ainda 77 milhões de dormidas e receitas na ordem dos 25.000 milhões de euros, um crescimento de 37% face a 2019 e de 18,5% face a 2022.
Nuno Fazenda destacou ainda o crescimento em todas as regiões do país, ao longo de todo o ano, o que considerou uma alteração estrutural no turismo português.
O secretário de Estado disse acreditar que o turismo cresça “ainda mais em 2024”, apontando a confiança nas empresas e nos trabalhadores do setor, bem como nas políticas públicas para o turismo.
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