“A escola, este ano letivo, é uma escola totalmente diferente da escola do ano passado e os alunos vão sentir essa diferença”, disse Filinto Lima à Lusa, sublinhando que as instituições estão preparadas para voltar a receber os estudantes.

O próximo ano letivo arranca entre 14 e 17 de setembro com a retoma das aulas presenciais em plena pandemia da covid-19, que obrigou as escolas a reorganizarem-se e a adotarem um conjunto de regras de segurança para minimizar o risco de contágio.

“Estamos há meses a preparar o ano letivo, como fazemos normalmente, mas este ano com um encargo adicional relativo à segurança”, explicando, assegurando que, apesar do desafio, as escolas estão preparadas.

O representante dos diretores escolares admite que o futuro é incerto, mas está confiante que a abertura vai decorrer de forma muito positiva.

Além das regras de seguranças definidas pela Direção-Geral da Saúde e pelo Ministério da Educação, que preveem, por exemplo, a utilização obrigatória de máscaras, a definição de circuitos de circulação ou a higienização dos espaços, o próprio funcionamento das escolas vai ser diferente.

Desde horários alargados e desfasados à organização das turmas em “bolhas” para minimizar contacto entre alunos, são várias as mudanças que os alunos vão encontrar no primeiro dia e, por isso, as escolas vão aproveitar a habitual receção aos pais para explicar as novidades.

“Também vai haver uma grande sensibilização para que os próprios pais também expliquem aos alunos que o comportamento vai ter de ser diferente do normal, porque este ano vamos exigir mais dos nossos alunos do que nos anos anteriores”, referiu.

Apesar da expectativa positiva dos diretores em relação ao arranque do ano letivo, a reabertura das escolas poderá ficar marcada por uma greve de docentes e funcionários convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP).

Filinto Lima olha com preocupação essa possibilidade, defendendo que “não ajudará nada à acalmia e à paz que nós queremos ter nas escolas”.

“Eu respeito o direito à greve, mas nós já temos problemas suficientes”, afirmou, referindo-se ao contexto geral da pandemia da covid-19.

O coordenador nacional do STOP explicou à Lusa que a greve marcada para os dias 14 a 17 de setembro se destina, sobretudo, aos “profissionais de educação que estejam nas escolas onde, manifestamente, considerem que não há condições “.

Do lado dos diretores escolares, a presidente da ANDAEP compreende a apreensão dos docentes, mas sublinha que a confiança dos professores tende a aumentar depois de estarem na escola.

“Os professores, à medida que vão à escola e percebem como estamos a reorganizar a escola e que estamos a adotar todas as medidas de segurança, estão a ganhar confiança e esse medo desvanece”, explicou.

No próximo ano letivo, o ensino presencial será o regime regra e o encerramento de escolas, que em meados de maior aconteceu em todo o país, será uma medida de último recurso.

“Tomara eu que pudéssemos manter o ensino presencial durante todo o ano, mas isso será muito difícil”, admitiu Filinto Lima, assegurando, no entanto, que se for necessário recorrer ao ensino misto ou não presencial devido à pandemia, as escolas também estão preparadas para esse cenário.