Hoje à tarde, a CNN e o DN noticiaram que Moreira da Silva iria disputar a liderança do PSD nas eleições diretas marcadas para 28 de maio.
Numa publicação na rede social Facebook, o antigo deputado informa que, “na sequência de notícias hoje divulgadas sobre uma eventual candidatura à liderança do PSD”, fará uma declaração pública sobre a matéria no próximo dia 14 de abril.
“Até lá terei de me concentrar, enquanto Diretor da Cooperação para o Desenvolvimento na OCDE, na conclusão do processo de tratamento, análise e apresentação, no dia 13 de Abril, das estatísticas anuais da Ajuda Publica ao Desenvolvimento dos 30 principais doadores internacionais”, escreveu.
Moreira da Silva será o segundo candidato anunciado à sucessão de Rui Rio nas eleições diretas marcadas para 28 de maio, depois de Luís Montenegro ter confirmado na terça-feira à Lusa que irá disputar a liderança do PSD.
Esta será a primeira candidatura de Jorge Moreira da Silva à presidência do PSD, ao contrário de Luís Montenegro que vai disputar o cargo pela segunda vez, depois de em janeiro de 2020 ter perdido para Rui Rio, numa inédita segunda volta no PSD.
Nas últimas diretas, em novembro do ano passado, o antigo ministro de Pedro Passos Coelho ponderou avançar contra o eurodeputado Paulo Rangel, mas acabou por não o fazer depois de o ainda presidente do PSD, Rui Rio, ter confirmado a recandidatura.
“Confirmada que está tal recandidatura, entendo não dever eu próprio protagonizar uma candidatura própria, pois o superior interesse do país e do PSD aponta para que os militantes possam fazer a sua opção livre entre as duas vias distintas que são apresentadas e que se encontravam em preparação no terreno há longos meses”, justificou então Moreira da Silva.
Jorge Moreira da Silva é atualmente diretor para a Cooperação e Desenvolvimento na OCDE em Paris, onde lidera o secretariado do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento, e presidente ao ‘think-tank’ Plataforma para o Crescimento Sustentável, que fundou há dez anos e que reúne cerca de 500 pessoas de diversos quadrantes.
Em setembro do ano passado, apresentou um livro intitulado “Direito ao Futuro” no qual defendeu que se deve discutir “menos partidarite e mais políticas públicas”, e quais as características necessárias a uma liderança em vez dos nomes dos líderes.
Nessa ocasião, e perante uma plateia de notáveis do centro-direita como o anterior Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, o antigo dirigente do PSD defendeu que “um líder tem de ser um líder servidor”.
“Um líder servidor mede o seu êxito pelo impacto que as suas medidas e decisões têm na vida dos outros”, defendeu, considerando que tem de conciliar “a capacidade de comunicação, de envolvimento com as pessoas”, com "a densidade, o conhecimento, a capacidade de reformar”.
Moreira da Silva tem 50 anos foi líder da Juventude Social-Democrata (entre 1995 e 1998), deputado, eurodeputado, e primeiro vice-presidente do PSD, durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tendo sido no seu Governo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.
Em novembro de 2020, defendeu a realização de um congresso extraordinário do PSD para clarificar a estratégia de “coligações e entendimentos” da direção de Rui Rio e atacou a “traição” aos valores do partido pela solução governativa nos Açores, com o Chega.
Foi diretor da área de Economia da Energia e das Alterações Climáticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, secretário de Estado Adjunto da Ministra da Ciência e do Ensino Superior e consultor do Presidente da Cavaco Silva nas áreas da Ciência, Ambiente e Energia, entre 2006 e 2009.
Recebeu a insígnia Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída por este chefe de Estado, e a Comenda de Mérito Civil, atribuída pelo rei de Espanha.
Tem vários livros publicados sobre a temática das alterações climáticas e das políticas públicas.
O atual presidente do PSD, Rui Rio, que ocupa o cargo desde janeiro de 2018, já anunciou que deixará a liderança do partido depois da derrota nas legislativas de 30 de janeiro. As eleições diretas para escolher o seu sucessor foram marcadas em Conselho Nacional para 28 de maio e o Congresso vai realizar-se entre 01 e 03 de julho, no Porto.
(Artigo atualizado às 21:34)
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