“Quando nós procuramos governar bem na República é que queremos governar bem para ajudar também a Região Autónoma da Madeira, as madeirenses e os madeirenses”, disse, explicando que, para tal, “é fundamental nós mantermos uma trajetória de boas políticas públicas e de crescimento da nossa economia, porque nunca sabemos quando surgem as necessidades”.

António Costa falava num comício do PS/Madeira, em Machico, na zona leste da ilha, no âmbito da campanha para as eleições legislativas regionais de 24 de setembro, no qual manifestou “todo o apoio de todos os socialistas” ao líder regional e cabeça de lista, Sérgio Gonçalves.

O dirigente nacional admitiu que “não é fácil ser socialista na Madeira”, onde o PS nunca foi governo, mas garantiu que a região “pode continuar a contar com a República”, lembrando o apoio dos executivos liderados por António Guterres e José Sócrates, bem como dos seus executivos, nomeadamente no financiamento a 50% do novo hospital.

António Costa destacou, por outro lado, a “trajetória de crescimento” do país desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro, em 2015, apesar das “condições difíceis” decorrentes da pandemia de covid-19, da guerra na Ucrânia e da crise inflacionista, assegurando que “Portugal cresceu, em média, entre 2015 e 2023, dez vezes mais do que tinha crescido entre 2000 e 2015”.

Segundo disse, a aposta dos seus executivos foi na qualificação e na inovação, colocando os jovens no centro, e enumerou algumas das novas medidas previstas para 2024, como as alterações às regras do IRS Jovem e a devolução das propinas aos estudantes universitários nos primeiros anos de trabalho.

António Costa considerou, no entanto, que o PSD, o maior partido da oposição, vai limitar-se a “dizer mal”, lembrando que “a última vez que governou o que fez foi um enorme aumento de impostos”.

“O que é que vai fazer agora, perante estas propostas em 2024? Querem apostar? Vai votar contra”, declarou.

António Costa apontou a habitação como outra “dimensão fundamental” do país, mencionando a importância das “medidas estruturais” decorrentes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como dos vários apoios governamentais.

Aqueles que dizem que é preciso fazer algo pela habitação são, curiosamente, os mesmos que votam contra o programa Mais Habitação, que nós apresentámos, fizemos debater na Assembleia da República, aprovámos na Assembleia da República e que tem fortes incentivos”, disse.

Para as eleições de 24 de setembro na Região Autónoma da Madeira, foram validadas 13 candidaturas, correspondendo a duas coligações e outros 11 partidos.

O sorteio do boletim de voto colocou o PTP em primeiro lugar, seguido do JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, Somos Madeira (coligação PSD/CDS-PP), PAN, Livre, CDU — Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV) e IL.

As anteriores eleições regionais realizaram-se em 22 de setembro de 2019.

O PSD perdeu então, pela primeira vez, a maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, que detinha desde 1976, elegendo 21 deputados e formando um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).

Nesse ato eleitoral, o PS elegeu 19 deputados, o JPP três e o PCP um.