“Queria obviamente aproveitar esta primeira reunião do Conselho Europeu após a eleição da nova Comissão para ter uma reunião com a senhora comissária Elisa Ferreira […], com quem seguramente vamos trabalhar muitíssimo bem”, declarou o chefe de Governo, à chegada à sede do executivo comunitário.

Costa, que se encontra em Bruxelas para participar numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, comentou que, “obviamente, os comissários não estão na Comissão a representar os seus países, mas também não deixam de ser originários dos países de que são”, sendo de resto isso “o que faz a riqueza da União”.

A seu lado, a comissária europeia responsável pela Coesão e Reformas afirmou-se também “segura” de que o trabalho conjunto que vai ser desenvolvido a partir de agora será “profícuo” e observou que “não há divergência” entre a defesa do interesse nacional e a defesa do interesse europeu.

“Vamos naturalmente ter uma ótima colaboração durante o período que se vai seguir […]. O meu antecessor, o engenheiro Carlos Moedas, foi de facto um ótimo comissário, e da minha parte tentarei dar o mesmo nível de qualidade ao nosso relacionamento e à defesa do interesse europeu, que é também o interesse nacional, porque não há divergência entre os dois”, declarou Elisa Ferreira, que iniciou funções na Comissão de Ursula von der Leyen em 01 de dezembro.

Antes de participar numa cimeira que será dominada pela discussão sobre o futuro Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento da União para 2021-2027, Costa reafirmou que os 27 devem acordar um orçamento à altura das ambições da UE, manifestando novamente a sua oposição aos cortes previstos, designadamente na política de coesão.

“Bem, eu acho que é uma questão do estrito interesse nacional e do interesse da Europa. A Europa não ganha nada em ter um orçamento que esteja abaixo das responsabilidades que os Estados-membros têm confiado à União Europeia”, declarou.

O primeiro-ministro apontou que “os Estados-membros querem que a União Europeia seja mais ativa na segurança, na defesa, na cooperação com o continente africano, na gestão das migrações, na investigação e desenvolvimento, na transição para a sociedade digital, no combate às alterações climáticas, no reforço da coesão, assegurar uma política agrícola que assegure a nossa segurança alimentar e a qualidade dos nossos alimentos”.

“Os Estados europeus querem tudo isso da UE. Bom, temos de dar à UE os recursos necessários para que possa cumprir a sua missão […] Temos que ser coerentes com o mandato que atribuímos à UE. Agora aprovámos uma nova agenda estratégica cheia de ambição, e agora não podemos ter um orçamento que não corresponda a essa ambição. Acho que isso é não só do interesse de Portugal com tenho a certeza que é do interesse do conjunto da Europa”, concluiu.

António Costa participa entre hoje e sexta-feira no Conselho Europeu, com início agendado para as 15:00 locais (14:00 de Lisboa).