A comitiva de António Costa viajou desde Lisboa num voo comercial que aterrou no Aeroporto Internacional de Maputo às 06:50 (05:50 em Lisboa) e foi recebida por dois ministros moçambicanos - Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco, e Transportes e Comunicação, Carlos Mesquita.

António Costa faz-se acompanhar por três ministros - Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Administração Interna, Eduardo Cabrita, e Mar, Ana Paula Vitorino (que já se encontrava em Maputo) - e pelos secretários de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, e da Segurança Social, Cláudia Joaquim.

As anteriores cimeiras entre os dois países realizaram-se em novembro de 2011, em Lisboa, e em março de 2014, em Maputo. Esta reunião bilateral será a primeira sob a liderança, do lado português, de António Costa – que faz também a sua primeira deslocação oficial a Moçambique como chefe do Governo – e do lado moçambicano, do Presidente da República, Filipe Nyusi.

Após a visita ao cemitério, a comitiva seguirá para a Presidência da República moçambicana, onde António Costa será recebido pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, com quem se reunirá a sós.

Segue-se a reunião plenária da III cimeira bilateral presidida por ambos, com uma duração prevista de 45 minutos, e que terminará com a assinatura de acordos em áreas como administração interna, transportes aéreos e segurança social e declarações à imprensa de António Costa e de Filipe Nyusi, bem como dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países, Augusto Santos Silva e José Pacheco.

À tarde, António Costa visita o Porto de Maputo, onde a Mota Engil e outras empresas portuguesas estão a fazer obras de requalificação, seguindo-se um encontro com empresários portugueses e, à noite, um banquete oficial oferecido pelo Presidente da República de Moçambique em honra do primeiro-ministro, no Palácio presidencial da Ponta Vermelha.

Do lado português, o Governo pretende “aprofundar as relações históricas” do país com Moçambique com a realização da III Cimeira Luso-moçambicana e a visita de António Costa, esperando que seja também uma oportunidade para “fomentar as trocas económicas e de investimento”.

Fonte diplomática salientou à Lusa que esta deslocação é também “um sinal da valorização pelo atual Governo dos países de língua oficial portuguesa”, depois de várias deslocações do primeiro-ministro a Cabo Verde — foi o destino da primeira visita oficial de António Costa — e cerca de duas semanas antes da cimeira da CPLP, em Cabo Verde, onde além do chefe do Governo estará também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Também em fase de agendamento estão as deslocações de António Costa a Angola e a São Tomé e Príncipe.

Do lado de Moçambique, as expectativas para a cimeira e a visita de António Costa são semelhantes.

“[Esperamos], naturalmente, o fortalecimento e o estreitamento dos laços históricos já existentes, laços de amizade, mas também o fortalecimento e relançamento de parcerias no domínio económico e não só”, referiu a porta-voz do Conselho de Ministros, Ana Comoana.

De acordo com os dados obtidos pela Lusa junto da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), as exportações portuguesas para Moçambique estão a diminuir desde 2015, tendo registado uma nova quebra de 6,4% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2017, ao contrário das importações, que subiram 54,7% (embora com um valor absoluto muito abaixo das exportações).

O programa da visita oficial de António Costa a Moçambique prossegue até sexta-feira à noite, regressando o primeiro-ministro a Lisboa no sábado de manhã.