António Costa: "Não estarei cá a assombrar ninguém"

António Costa reuniu-se este domingo com Pedro Nuno Santos já na qualidade de novo secretário-geral do PS.

"Nunca disse quem ia apoiar e agora apoiamos todos o novo secretário-geral do PS que é o Pedro Nuno Santos", disse António Costa aos jornalistas à saída do primeiro encontro com o novo líder dos socialistas.

Sobre os objetivos para as próximas eleições legislativas, António Costa afirmou que “nenhum líder do PS está obrigado a ganhar eleições nenhuma”, ainda que recordando que o PS tem um “bom ponto de partida”. O que, acrescentou, não faz com que se possa pedir a alguém que "em três meses faça o que outros fizeram vários anos”.

"Cada um que chega é natural que faça diferente e eu não estarei cá a assombrar ninguém", acrescentou.

"As circunstâncias são difíceis para o país porque tínhamos um contexto de estabilidade que foi interrompido", afirmou António Costa sobre os desafios do futuro líder. O ainda primeiro-ministro reconheceu que o contexto internacional é de dificuldade, mas fez questão de sublinhar que "felizemente podemos encarar esse contexto numa situação financeira tranquila, coisa que no passado não aconteceu".

Respondendo à pergunta de uma jornalista sobre se sentia sem energia, António Costa fez uma analogia com o futebol: "eu não me sinto sem energia, mas obviamente quem chega de novo tem outra energia, é positivo e é normal. Num jogo de futebol também há um momento em que o treinador decide que é preciso fazer substituições".

"O Pedro Nuno Santos tem menos uns anos do que eu, teve um ano menos desgastante que eu tive e como toda a liderança que cheg traz novas ideias, eu quando cheguei também trouxe um novo impulso e uma nova energia, o António José Seguro também trouxe um novo impulso e uma nova energia e um dia, daqui a muitos anos, quando o Pedro Nuno Santos for substituído também há-de chegar alguém que dará uma nova energia".

Em resposta a uma outra pergunta em que comparava o estatuto em que fica no PS ao de Pedro Passos Coelho no PSD, António Costa respondeu jocosamente, lembrando que Pedro Nuno Santos é um palmo e meio mais alto que ele o que inviabilizaria que lhe pudesse fazer sombra.