António Guterres falava na abertura da assembleia plenária do WJC, que decorre pela primeira vez nos Estados Unidos, perante cerca de 600 representantes da comunidade judaica internacional.

Na intervenção, o secretário-geral da ONU sublinhou que Israel “deve ser tratado como qualquer outro Estado” das Nações Unidas, e afirmou que o Holocausto não foi um ato “isolado de um grupo de nazis, mas antes o resultado de uma perseguição ao longo de milénios”.

O diplomata português afirmou que diferentes comunidades na Europa e nos Estados Unidos executaram políticas “sistemáticas de discriminação dos judeus”, o que culminou, no caso de Portugal, com a expulsão dos judeus do país no século XVI.

“Foi um enorme crime e o pior erro cometido em Portugal”, lamentou Guterres, observando que cidades como Amesterdão, onde se exilaram muitos dos judeus portugueses, beneficiaram da sua criatividade e conseguiram ser potências económicas.

O secretário-geral da ONU alertou que o antissemitismo “continua vivo” na Internet, com um “discurso de ódio”, e em incidentes como agressões físicas e destruição de monumentos e cemitérios judeus.

António Guterres afirmou que na liderança da ONU estará “na primeira linha contra o antissemitismo” para o condenar e, se possível, erradicar, de modo a garantir a Israel o “direito de existir”, não obstante a “complexidade” do organismo internacional.

“Como secretário-geral, considero que o Estado de Israel necessita de ser tratado como qualquer outro”, afirmou o diplomata, manifestando-se “pronto” para aplicar os princípios “corretos” ainda que impliquem tomar “decisões incómodas”.

“Isto não significa que estarei sempre de acordo com as ações do governo” israelita, sublinhou.

Numa mensagem vídeo, reproduzida na assembleia, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou a que se “arranque pela raiz” preconceitos e antissemitismo “onde quer que se encontrem”.

Trump manifestou a necessidade de se “vencer o terrorismo”, e sublinhou que não se podem ignorar as ameaças de quem “fala abertamente da destruição de Israel”.

Donald Trump qualificou o Holocausto judaico como “o capítulo mais negro da história da humanidade”. “Nunca mais, digo, nunca mais”.

Na 15.ª assembleia plenária, o WCJ irá apresentar políticas relativas “às provocações antissemitas e ao discurso de ódio na Internet” e eleger novos dirigentes. O atual presidente, Ronald S. Lauder, é candidato à reeleição.

O Congresso Mundial Judaico, com sede em Nova Iorque, é uma organização que representa e defende as comunidades judaicas de uma centena de países desde a fundação, em 1936, em Genebra.

A direção do WCJ reúne-se anualmente e a assembleia plenária a cada quatro anos.

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