Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, Wei Fenghe também referiu Taiwan e o mar do Sul da China, durante uma conversa por telefone, na terça-feira, com o secretário norte-americano da Defesa, Mark Esper.

Embora seja comum a China reafirmar a soberania sobre aqueles dois territórios com as autoridades norte-americanas, a referência a Hong Kong e Xinjiang é menos comum.

A região semi-autónoma de Hong Kong é há cinco meses palco de protestos antigovernamentais que Pequim acusa os EUA e outras forças estrangeiras de encorajar.

O Governo chinês enfrenta uma crescente pressão diplomática devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang.

Antigos detidos afirmam que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), numa reminiscência da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong.

Predominantemente muçulmanos, os uigures são etnicamente distintos do grupo étnico maioritário do país, os chineses han, que constituem já a maioria da população em Xinjiang, região chinesa que faz fronteira com o Afeganistão e Paquistão.

O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade.

A Xinhua informou que Wei fez várias declarações a renovar a determinação de Pequim em prosseguir com as suas reivindicações territoriais.

Em junho passado, durante uma conferência anual sobre Segurança em Singapura, Wei avisou que as forças armadas da China “tomarão medidas fortes” para defender a soberania sobre Taiwan, que age como um Estado soberano apesar das revindicações de Pequim, e o mar do Sul da China, reclamado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos.

Wei não ameaçou diretamente os EUA, mas criticou as políticas de Washington, durante aquele discurso, incluindo o apoio prestado a Taiwan e designadas operações de liberdade de navegação em vias marítimas estratégicas que a China reclama.

Wei advertiu que o Exército de Libertação Popular, as forças armadas chinesas, não “cederia uma única polegada da terra sagrada do país”.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa, e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência.

Citado pela Xinhua, Wei disse na terça-feira que, apesar de as relações China-EUA terem atingido um “período crucial”, a cooperação mutuamente benéfica é a “única escolha certa”.

“Os dois lados devem continuar a promover as relações militares para que se tornem um pilar de estabilidade nas relações bilaterais”, defendeu.

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