“Se somarmos este valor ao montante de apoio bilateral que os Estados-membros estão a prestar à Ucrânia, estamos a chegar aos quase 9.000 milhões de euros, três vezes mais, o que é uma quantia impressionante em tão pouco tempo”, sublinhou o Alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Borrell falava durante uma visita ao centro de treino de Brzeg, na Polónia, onde destacou que a Missão de Aconselhamento Militar da União Europeia treinará um total de 15.000 soldados ucranianos, o que significa um orçamento total de 100 milhões para a UE.

Atualmente, cerca de 1.100 soldados estão a receber treino militar em diferentes zonas.

O chefe da diplomacia europeia sublinhou ainda que serão disponibilizados 16 milhões de euros para equipamento militar com fins de treino.

“Outros países vão juntar-se a nós”, garantiu, dando como exemplo a Noruega, que, embora não seja membro da UE, já manifestou intenção em apoiar a missão com cerca de 15 milhões de euros.

Ainda durante a visita, o diplomata espanhol anunciou que a UE vai abrir um Laboratório Cibernético de Defesa, em conjunto com o Ministério da Defesa da Ucrânia, liderado por Oleksii Reznikov, para permitir a Kiev “avançar com as competências necessárias para defender a Ucrânia dos ciberataques que está a sofrer”.

Borrell elogiou ainda o Exército ucraniano, sublinhando o fracasso das Forças Armadas russas na “conquista” de Kiev e em outros territórios-chave na Ucrânia, de onde Moscovo se retirou nos últimos meses devido à contraofensiva de Kiev.

“Eles mostram que são, em combate real, um dos melhores Exércitos do mundo. Eles têm resistido à agressão russa [como] ninguém poderia esperar”, sublinhou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 282.º dia, 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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