Em declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rio não quis revelar ainda o sentido de voto do PSD no Orçamento do Estado, mas salientou que “um documento todo construído para agradar à esquerda é muito difícil agradar ao centro”.

“Eu entendo, tal como o Presidente da República tem dito, a última coisa que é aconselhável é uma crise política. Se fosse Presidente ou primeiro-ministro, tudo faria para evitar uma crise política, mas se fosse líder do BE e do PCP não me considerava fora da crise política”, afirmou.

Rio disse não estar convencido que vá haver uma crise política, mas também não tem a certeza que este Orçamento passe, considerando que “corre riscos maiores do que antes das autárquicas”.

Questionado se esta preocupação com uma crise política não o pode levar a viabilizar o Orçamento do Estado, Rio repetiu um argumento que já utilizou no ano passado.

“O voto do PSD aqui não conta, porque o senhor primeiro-ministro disse que nem que o PSD votasse a favor não adiantava de nada em relação a uma crise política. Estamos completamente livres para podermos votar o Orçamento em consciência, apenas pelo seu conteúdo. Essa estabilidade tem de ser garantida pelo PS, BE e PCP”, defendeu.

O Presidente da República avisou hoje que um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2022 "muito provavelmente" conduziria à dissolução do parlamento e a eleições antecipadas, com "seis meses de paragem na vida nacional".

Em declarações aos jornalistas, à saída das novas instalações da associação Ajuda de Berço, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que "dificilmente o Governo poderia continuar a governar com o Orçamento deste ano dividido por doze, sem fundos europeus".

Após traçar este cenário, deixou a pergunta: "Será que o Orçamento a aparecer em abril, supondo que era fácil aprová-lo em abril, compensava os custos todos disto que eu acabei de vos dizer?".

"Portanto, porque o bom senso mostra que os custos são muito elevados, tenho para mim que o natural é que, com mais entendimento, com menos entendimento, com mais paciência, com menos paciência, acaba por passar na Assembleia da República o Orçamento do Estado", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa, que na sexta-feira irá receber os partidos com assento parlamentar no Palácio de Belém.

Depois de tanto PCP como BE terem acenado com o voto contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022 já na generalidade, o Presidente da República considerou que "as pessoas devem pensar duas vezes nas consequências dos passos que dão".

"Se entendem em consciência que vale a pena dar o passo, dão. Se entendem que o passo dado tem mais custos do que o procurar entendimentos até ao último minuto em relação a este Orçamento, não dão o passo", afirmou.

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