Um porta-voz da OMS em Genebra, Gregory Hartl, confirmou hoje à agência noticiosa France Press “a assinatura de um acordo” nesse sentido e recordou que a organização está pronta a receber “todas as ofertas de Estados-membros destinadas a aliviar os sofrimentos do povo iemenita”.
A epidemia de cólera que atinge o Iémen já provocou cerca de 2.000 mortos. O comité internacional da Cruz Vermelha sublinhou em julho que a propagação é “consequência direta do conflito” que assola o país — que se agravou desde o início da intervenção militar da “coligação árabe” liderada pelos sauditas.
Na quinta-feira, o Governo saudita indicou em comunicado que a sua contribuição para a OMS de 33,7 milhões de dólares (28,6 milhões de euros) se integra “no compromisso” do reino para conter a propagação da cólera no Iémen, país onde intervém militarmente desde março de 2015.
Riade acrescentou que assinou um protocolo de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a infância (Unicef) no valor de 33 milhões de dólares (28 milhões de euros) para um projeto destinado a apoiar o setor da água e do saneamento básico, para “travar os vetores” de propagação da epidemia.
As ajudas financeiras, que envolvem acordos com a OMS e Unicef, foram anunciadas em junho pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed ben Salmane.
Na semana passada, o soberano do Dubai, Mohamed ben Rached al-Maktum, tinha anunciado uma contribuição de 10 milhões de dólares (8,4 milhões de euros) à OMS para combater a cólera no Iémen.
Desde 27 de abril, e segundo os últimos dados disponíveis, a OMS recenseou 436.000 casos suspeitos de cólera e 1.915 mortes.
O agravamento em março de 2015 na sequência da intervenção de uma coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, em apoio ao Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e com o objetivo de contrariar o avanço dos combatentes Huthi.
Aliados do ex-Presidente Ali Abdallah Saleh, os Huthi assumiram o controlo de vastas regiões do país, incluindo a capital Sanaa.
A ONU tem sugerido sistematicamente uma trégua para permitir a distribuição de ajuda humanitária, mas as mediações da organização e, pelo menos, sete declarações de cessar-fogo não tiveram sucesso até ao momento.
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