Este é o primeiro caso confirmado de um latino-americano diagnosticado com o novo coronavírus, até ao momento.
O cruzeiro, que chegou na segunda-feira à noite às imediações do porto de Yokohama, tem quase 3.700 passageiros e tripulantes: 273 foram submetidos a exames.
"Chegaram os resultados dos 171 testes restantes, dos quais 41 deram positivo", afirmou o ministro da Saúde japonês, Katsunobu Kato, o que triplica o número inicial de casos. Os pacientes diagnosticados com o coronavírus serão hospitalizados.
Além do argentino, 21 japoneses, oito americanos, cinco canadianos, cinco australianos e um britânico são os casos mais recentes da doença no cruzeiro.
Os exames limitaram-se inicialmente às pessoas que apresentavam sintomas ou que tiveram contacto com um passageiro que desembarcou em Hong Kong e foi diagnosticado com a doença.
Contudo, o ministério da Saúde do Japão pretende submeter a exames adicionais as pessoas consideradas vulneráveis que estão a bordo do cruzeiro, como idosos e pessoas que estiveram em contacto com os novos casos positivos. O governo não divulgou um número exato de testes.
O "Diamond Princess" atracou na quinta-feira em Yokohama para uma quarentena que pode prosseguir até 19 de fevereiro.
Vinte pessoas que já tinham apresentado resultado positivo para o novo coronavírus foram retiradas da embarcação. Uma delas está em condição crítica, anunciou o ministério da Saúde, sem revelar detalhes.
Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população
O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:
- Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
- Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
- Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
- Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
- Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
- Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
Combater a desinformação
A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:
- É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;
- Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;
- Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;
- Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;
- As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;
- Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;
- Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.
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