O artista plástico Fernando Grade morreu no domingo, aos 64 anos, um ano depois de ser agraciado com a com a Medalha de Mérito Grau Ouro pelo município de Faro, no dia da cidade, segundo fonte próxima da família.
Fernando Grade nasceu em 1955, em Faro, e o seu corpo vai ser velado na terça-feira, na igreja de São Luís, em Faro, de onde o funeral sairá às 13:00, a pé, para cemitério da Esperança, na cidade algarvia, adiantou a mesma fonte.
Formado em Biologia, Fernando Grade acabou por se distinguir como artista plástico, mas esteve também ligado à defesa do património edificado e natural do Algarve, sendo um “sócio e colaborador ativo” da Almargem, como enalteceu esta associação algarvia de defesa do património, num comunicado assinado pela sua direção.
“Homem da cultura e de causas, apaixonado pelo património e pela natureza da sua região, que tantas vezes pintou na tela, Fernando Grade empenhou-se ao longo das últimas décadas em várias atividades ligadas à defesa do património cultural e do ambiental, mas também na promoção da cidadania, muitas das quais ao lado da Almargem, destacando-se pela forma mordaz como criticava os desmandos urbanísticos que vem descaracterizando a região”, destacou a associação algarvia.
A Almargem lembrou ainda que Fernando Grade foi um “defensor acérrimo da identidade cultural da região” do Algarve e se “notabilizou nos últimos anos pela luta da preservação do património arquitetónico, através da participação em ações de contestação à destruição de vários edifícios na sua cidade, de Faro, mas também em Olhão”.
Esta foi uma das razões na base da atribuição da Medalha de Mérito Grau Ouro que a Câmara de Faro lhe outorgou em 07 de setembro de 2018, no dia do município, justificando a sua distinção com a “abnegação com que, durante décadas, este biólogo de formação, artista plástico e ativista pelas causas do património e do ambiente, entre outras, lutou para fazer valer as suas conceções”.
“Apesar de fragilizado fisicamente, nos últimos meses Fernando Grade viria a manter a sua atividade cívica até aos seus últimos dias, ‘por um Algarve mais genuíno’, como ele gostava de dizer. Até ontem... dia 08 de setembro, quando faleceu ao início da tarde, vítima de doença oncológica”, frisou ainda a Almargem.
A associação considerou que “o desaparecimento prematuro” de Fernando Grande é uma “perda irreparável” para o Algarve, e endereçou “as mais sentidas e sinceras condolências” à família e aos amigos do artista algarvio.
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