O festival Linha de Fuga, organizado pela Produções Real Pelágio, vai ter a sua primeira edição em Coimbra, de 09 de novembro a 01 de dezembro, e, para lá da dimensão de apresentação de espetáculos e obras ao público, realiza um laboratório de artes performativas com o objetivo de promover o encontro entre artistas nacionais e estrangeiros.

Após a receção de quase 100 candidaturas, a organização selecionou as propostas de 10 artistas que residem em Portugal e de 10 estrangeiros: participam no laboratório pessoas de origens tão diversas como a Austrália, Cuba, Hungria, Itália ou Brasil, disse à agência Lusa a curadora do Linha de Fuga, Catarina Saraiva.

"Fiquei bastante entusiasmada com quase 100 candidaturas para 20 lugares. Não estava à espera, para a primeira edição, de tantas candidaturas e de tantos lados do mundo", frisou a responsável, considerando que o grupo escolhido é diverso, não apenas na origem, mas nas propostas que apresentam.

Para além da seleção de artistas de diferentes áreas artísticas, como a poesia, o teatro ou a dança, estarão também presentes "diferentes visões e perspetivas da prática artística", sublinhou.

"Um critério importante foi conseguir encontrar um grupo que fosse eclético a nível de práticas", frisou Catarina Saraiva, referindo que os temas propostos são também eles bastante distintos, abordando áreas como a ecologia, o pós-colonialismo ou o feminismo.

Os criadores selecionados vão integrar um laboratório de artes performativas, participando em seminários dados por outros artistas, durante o mês em que decorre o festival, sendo também desafiados a apresentar, ao longo do evento, os seus processos de trabalho com o público.

Os seminários vão decorrer em diferentes espaços da cidade e a apresentação das criações dos artistas que vão estar no laboratório vão também acontecer em diferentes locais de Coimbra, com o festival a propor "percursos interessantes e inusitados pela cidade", aclarou Catarina Saraiva.

Os portugueses Ana Borralho e João Galante e Miguel Pereira, a uruguaia Federica Folco, a italiana Luciana Fina, o espanhol Sergi Faustino e o suíço Thomas Hauert são os artistas da primeira edição que, para lá de fazerem apresentações públicas durante o festival, vão dirigir os seminários do Linha de Fuga.

O festival tem como parceiros a Câmara Municipal de Coimbra, o Teatro Académico de Gil Vicente, a Escola da Noite, o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e o Citemor (coprodutor do laboratório).