O desdobrável, em azul, cor da Coligação Democrática Unitária (CDU), foi distribuído aos participantes do Encontro Nacional do PCP sobre eleições deste ano, hoje em Lisboa, e é apresentado como um apoio “para conversas”, para “desbloquear preconceitos” sobre o partido e “mobilizar para o voto” os “colegas de trabalho, amigos e vizinhos”.

É um folheto, segundo disse Carina Castro, do comité central do PCP, no encontro, para “responder a perguntas difíceis” nas conversas dos militantes.

As 23 “perguntas frequentes” incluem “o que dizem as sondagens sobre a CDU” e que “frequentemente não acertam” e “procuram levar os eleitores ao engano, influenciando o seu sentido de voto”.

Outra das perguntas é se não seria “melhor um governo do PS do que um do PSD?” e resposta é que o PCP faz “da política de direita o seu inimigo principal, seja ela praticada pelos partidos de direita, seja pelo PS”, embora não diga que “o PS é igual ao PSD”.

E o PS liderado por Pedro Nuno Santos “não é mais à esquerda?”. Os comunistas duvidam porque o novo líder socialista “assume o legado da política de baixos salários” e foi membro do Governo de António Costa.

A “geringonça”, o acordo à esquerda com PCP, BE e PEV, que viabilizou um governo minoritário do PS, com António Costa (2015-2019) pode, eventualmente, repetir-se, mas a CDU “não passa cheques em branco a ninguém”.

O partido, lê-se no panfleto, defende “políticas positivas” na defesa do SNS, mais salários e reformas, e que voltar a obrigar um governo “a fazer coisas positivas” se tiver um bom resultado nas eleições de 10 de março.

Os comunistas alertam, neste argumentário, que o objetivo do Chega “não é alterar o sistema”, mas sim “mantê-lo e agravar as injustiças e quer chegar ao poder “aproveitando-se da justa indignação das pessoas”.