“Julian Assange, de 47 anos, foi hoje preso, quinta-feira, 11 de abril, em nome das autoridades dos Estados Unidos, às 10:53 horas, após a sua chegada a uma esquadra de polícia no centro de Londres. Este é um mandado de extradição”, refere a polícia num comunicado.
Este motivo soma-se ao anteriormente indicado, esta manhã, quando a polícia informou que deteve Assange, no interior da embaixada do Equador em Londres, executando um mandado de detenção emitido em 2012 e após o Equador ter retirado o direito de asilo ao australiano de 47 anos.
Assange deverá hoje ser presente ao tribunal de primeira instância, o Tribunal de Magistrados de Westminster.
A advogada de Julian Assange, Jennifer Robinson, já tinha revelado através da rede social Twitter que Assange “foi preso não apenas por quebra de condições de fiança, mas também em relação a um pedido de extradição dos EUA”.
O Departamento de Justiça dos EUA inadvertidamente revelou a existência de um processo criminal selado contra Assange durante um processo judicial no ano passado, mas não é claro qual é a acusação.
Também através do Twitter, a organização WikiLeaks acusou “atores poderosos”, incluindo a CIA, de um esforço “sofisticado” para desumanizar Julian Assange.
Assange tinha sido detido esta manhã no interior da embaixada do Equador na capital britânica, onde se encontrava há sete anos, na sequência de um mandado de detenção emitido em 2012.
A detenção foi possível porque o Equador retirou o direito de asilo ao australiano de 47 anos, atribuído quando Assange se refugiou na embaixada equatoriana na capital britânica para evitar sua extradição para a Suécia, que solicitou que o australiano se entregasse por supostos crimes sexuais.
O processo na Suécia entretanto prescreveu, mas Assange continua sujeito a um mandado de detenção e uma acusação de ter desrespeitado as medidas de coação.
O fundador do WikiLeaks recusou entregar-se às autoridades britânicas por receio de ser extraditado para os EUA, onde poderia enfrentar acusações de espionagem puníveis com prisão perpétua.
Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com ações militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.
Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que embaraçou Washington.
Na semana passada, o ministério das Relações Exteriores do Equador desmentiu os rumores de que pretendia pôr fim ao asilo diplomático dado a Assange, embora tenha manifestado insatisfação com a situação.
A concessão de asilo diplomático, vincou, “é um poder soberano do Equador, que, portanto, tem o direito de conceder ou terminar quando considerado justificado e sem consultar terceiros”.
O governo britânico disse este é o resultado de um “diálogo prolongado” e agradeceu às autoridades do Equador por facilitar a detenção.
“É absolutamente apropriado que Assange enfrente a justiça de forma adequada no Reino Unido. Cabe aos tribunais decidir o que acontece a seguir”, disse o secretário de Estado para a Europa e Américas, Alan Duncan.
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