Nesta sexta-feira, os Estados-membros da ONU autorizaram excepcionalmente o presidente ucraniano a falar por mensagem de vídeo na Assembleia Geral anual das Nações Unidas na próxima semana.

Dos 193 países membros, 101 votaram a favor da medida, que cria uma exceção à regra do discurso presencial e permite que Volodymyr Zelensky "entregue uma declaração pré-gravada" durante a Assembleia Geral.

Sete países membros votaram contra, incluindo a Rússia, e 19 se abstiveram.

A 77.ª Assembleia Geral da ONU começou na terça-feira (14), em Nova Iorque, mas é na próxima semana (20) que decorrem as reuniões ao mais alto nível. No discurso de abertura, o secretário-geral pediu solidariedade a todas as nações do mundo para ultrapassar os vários desafios que o mundo enfrenta.

O chefe da ONU disse ainda que a organização é a casa da “cooperação global” e a Assembleia Geral o que dá vida a essa colaboração. António Guterres alertou ainda que os meses adiante continuarão “testando a força e a durabilidade do multilateralismo que a ONU representa”.

Já o novo presidente da Assembleia Geral, Csaba Korosi, comentou, entre outros assuntos, a guerra na Ucrânia dizendo que está a criar "agitações humanitárias não vistas desde a Segunda Guerra Mundial, o que testa as instituições".

Korosi caracterizou o conflito como “um ponto de viragem para todos” e ressaltou que a menos que o mundo esteja vigilante, o “método” de guerra decorrente da invasão russa pode tornar-se parte da rotina da comunidade internacional. “Esta guerra deve ser interrompida. Mata as pessoas, mata o desenvolvimento, mata a natureza e mata os sonhos de milhões”, enfatizou.

O novo presidente alertou ainda para o risco de uso de armas nucleares, sendo o maior dos últimos 40 anos. “Esta sinistra realidade chama todos nós a nos unirmos em torno da questão do desarmamento”, observou.

*Com AFP