“A saúde não pode nem deve ser confundida com ideologia. Em 2019 já não é razoável que isso aconteça. O entendimento entre nós não é facultativo, o entendimento é mesmo obrigatório”, afirmou Almeida Lopes, presidente da Apifarma, na sessão de encerramento do terceiro encontro da Convenção Nacional da Saúde, que hoje decorreu em Lisboa.

Recordou que a saúde tem “um efeito transversal em toda a sociedade”, com evidentes impactos económicos e sociais.

Lembrando o desafio que a demografia, com o envelhecimento, coloca à sustentabilidade do sistema de saúde, o presidente da Apifarma insistiu na ideia de ter “a saúde presente em todas as políticas”.

“Temos de ter o doente no centro do debate e das decisões. Não é ao lado: é no centro”, apelou Almeida Lopes, entendendo que reduzir o investimento em saúde “não traz poupança nenhuma”.

O representante da indústria farmacêutica reiterou o diagnóstico da “suborçamentação crónica da saúde em Portugal” e recordou dados da Comissão Europeia sobre os sistemas de saúde, que foi divulgado na semana passada.

Nesse documento, o total da despesa em saúde em Portugal “tem vindo a cair” e está nos 9% do PIB, quando a média da União Europeia é de 10%.