"A nossa sensibilidade diz-nos que não é uma boa ideia, mas, sobretudo, queremos esclarecimentos. É natural que, se essa hipótese aparece e é aventada no espaço publico, temos de pedir esclarecimentos ao senhor ministro" do Trabalho e da Segurança Social, vincou Assunção Cristas, que é também candidata do CDS-PP à presidência da câmara de Lisboa nas eleições autárquicas marcadas para 01 de outubro.

Assunção Cristas visitou esta tarde a “Lisboa Moto Show”, na Feira Internacional de Lisboa (FIL) e, à margem da visita, falou aos jornalistas sobre as declarações de quarta-feira do ministro do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, que tem a tutela da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Vieira da Silva advogou que o Governo vê "com bons olhos" a "cooperação entre instituições da área social", referindo-se a uma eventual entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa como acionista da Caixa Económica Montepio Geral.

"Não nos parece nada boa ideia. Mais uma vez é o Estado a envolver-se na banca, é verdade que com características especiais, mas assim é. E a Santa Casa tem um estatuto especial precisamente porque tem o exclusivo do jogo social, que é afeto à atividade da ação social e isso tem de ser protegido e visto com muita cautela", defendeu hoje, por seu turno, Assunção Cristas.

E concretizou: "Estranhamos essa hipótese, mas, sobretudo, queremos ter mais informação", disse, reiterando ser necessário ouvir Vieira da Silva, mas também o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

Questionada sobre posições já assumidas pelo PCP, que manifestou "legítimas inquietações" face à situação no Montepio Geral, e pelo BE, que também quer mais esclarecimentos, a líder do CDS-PP realçou que ambos os partidos estão ligados às decisões do Governo.

"O Governo neste momento tem parceiros à segunda, à terça fogem, à quarta voltam. Mas, estão com o Governo e são corresponsáveis pelas atitudes e o que o Governo faz", vincou Assunção Cristas, aludindo a comunistas e bloquistas.

Questionado na quarta-feira sobre as alterações que estão a ser estudadas quanto à tutela da Associação Mutualista Montepio Geral, atualmente da responsabilidade do Ministério que tutela, Vieira da Silva não quis adiantar o que está em discussão, referindo apenas que está a ser "estudado que algumas funções de instituições mutualistas de maior dimensão sejam supervisionadas por instituições de outra natureza".