"O que é que se está a passar na saúde? É incompetência, é ma gestão, é dinheiro gasto onde não deve ser gasto? O que é que se passa? Se tudo o que o senhor primeiro-ministro diz é verdade, como é que os resultados podem ser estes, como podem ser cirurgias adiadas, consultas adiadas, listas de espera a aumentar, descontentamento a aumentar?", interrogou Assunção Cristas.
A líder centrista questionava o primeiro-ministro, António Costa, no debate quinzenal na Assembleia da República.
O chefe de Governo respondeu que o Orçamento do Estado reforçou em 5% a Saúde, tendo sido contratados pelo atual executivo mais 5.800 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e outros, aumentando as consultas em quase mais 600 mil.
Na réplica, a presidente do CDS-PP citou o relatório da Entidade Reguladora da Saúde, apontando que atualmente se regista o valor mais baixo nos parâmetros de qualidade dos hospitais desde 2013 e, os mais baixos na adequação das instalações, desde 2015.
"É a Entidade Reguladora da Saúde a dizer isto, preto no branco, não sou eu, é a Entidade Reguladora da Saúde", vincou.
Perante a divergência de pontos de vista, com António Costa a insistir no reforço de meios do SNS, Assunção Cristas insistia: "Que coisa estranha esta, há tudo mais, mais, mas a saúde está menos, menos, menos, está pior".
"Não sou eu que o digo, são os portugueses que o sentem quando frequentam o SNS. Se calhar não é por acaso que o CDS fala disto e o BE também", afirmou, numa referência às questões também colocadas pela coordenadora do Bloco, Catarina Martins.
A presidente centrista questionou também a "dualidade de critérios" relativamente aos territórios dos incêndios de julho e de outubro, o que foi recusado pelo primeiro-ministro, que reiterou que esta semana começam a ser pagas as indeminizações aos familiares das vítimas mortais de ambos os incêndios.
Assunção Cristas ainda, em poucos segundos que lhe restavam de tempo disponível, António Costa sobre a possibilidade de a Santa Casa da Misericórdia entrar no Montepio.
O primeiro-ministro reiterou que se aguarda a conclusão do estudo que o anterior provedor da Misericórdia de Lisboa Pedro Santana Lopes sobre a matéria, mas considerou que se trata de uma boa ideia, já que a Santa Casa tem liquidez e vontade de a aplicar na banca e o Montepio é um "banco do terceiro setor", ou seja, da área social, e, portanto, "não é um banco qualquer".
"É uma boa ideia, pena que não tenha sido minha", disse.
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