“As pessoas sentem que a maioria absoluta acaba por levar a uma situação de autossuficiência, em que as pessoas já não ouvem nada e já não vão ao encontro das necessidades das populações. Temos dito a todos que quem está em boa posição para retirar a maioria absoluta aqui ao Partido Socialista nos Açores é o CDS”, salientou a líder centrista, em declarações aos jornalistas.
Distribuindo panfletos, canetas e beijos pelos pequenos comerciantes e pelos consumidores, a líder centrista foi pedindo votos e a mobilização de “mais dois ou três” indecisos para dar “mais força” ao CDS-PP.
Muitos disseram que “não vai ser fácil” o PS perder as eleições, mas Assunção Cristas respondeu que é preciso, pelo menos, “um abanão bom” para lhe retirar a maioria absoluta.
O pedido foi repetido em todas as conversas e houve até quem concordasse com a líder centrista.
“Eles já estão há muito tempo lá. Estão a fazer aquilo que querem e entendem”, salientou um dos populares presentes no certame.
Na feira agrícola montada num parque de exposições inacabado, várias vozes lembraram que obra foi prometida há anos e que só agora, em véspera de eleições, os trabalhos voltaram a arrancar.
“O que eles têm inaugurado agora. Até meteram as máquinas aí”, salientou, um dos habituais frequentadores do espaço.
“Ando à procura [da obra] mas não a vejo. Agora têm aí as máquinas nas vésperas”, acrescentou outro.
A líder nacional do CDS-PP reparou que “as pessoas estão atentas” e o cabeça de lista pela ilha Terceira, Artur Lima, lembrou que a obra foi prometida pelo PS em 2000.
“Foi a partir daí que eles ganharam maiorias absolutas e deixaram de cumprir, deixaram de fazer as obras. É preciso tirar a maioria absoluta”, apelou.
Mais à frente, os centristas ouviram a história de quem disse ter emigrado “para pagar a casa”, porque um antigo patrão, empresário da construção civil, lhe deve dinheiro, apesar de continuar a conseguir contratos públicos.
“Será que vocês, entrando para o poder, vão mexer com essas companhias que estão a dever dinheiro aos trabalhadores?”, questionou.
Artur Lima respondeu com o discurso reiterado ao longo de toda a manhã, voltando a apelar ao voto no CDS-PP.
“É as maiorias absolutas. Se a gente tivesse mais uma forcinha, ele não era protegido pelo regime”, salientou.
Depois de ter estado em quatro ilhas no fim de semana passado, Assunção Cristas termina hoje uma visita de três dias a outras três ilhas dos Açores, mas regressa ainda antes das eleições de 16 de outubro à ilha de São Miguel.
Para a votação de dia 16 estão inscritos 228.160 eleitores que vão escolher os 57 deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores para os próximos quatro anos.
Nas últimas eleições regionais, realizadas a 14 de outubro de 2012, o PS venceu com maioria absoluta e elegeu 31 deputados, seguido de PSD com 20 mandatos e do CDS-PP com três. BE, CDU e PPM elegeram um parlamentar cada.
Comentários