“Não temos mais tempo a perder para avançar com propósito em direção a uma solução política para acabar com o conflito no Iémen”, indicou Martin Griffiths que no sábado mostrou-se “extremamente preocupado” com o ataque pedindo contenção.
Martin Griffiths, que falava perante os membros do Conselho de Segurança das Nações, declarou não saber quem está por detrás dos ataques, focando-se na necessidade de as partes em conflito no Iémen voltarem a tentar um entendimento.
Independentemente de quem é responsável pelas agressões, “podemos ter certeza de uma coisa, de que é um incidente muito grave que aumenta muito as possibilidades de um conflito regional. E isso é francamente assustador”, realçou o enviado especial da ONU.
Griffiths enfatizou as consequências que os ataques de sábado tiveram além da região e alertou que “este tipo de ação corre o risco de arrastar o Iémen para um conflito regional”.
Os rebeldes Huthis, que reivindicaram os atentados de sábado contra instalações petrolíferas sauditas, ameaçaram hoje lançar novos ataques contra objetivos na Arábia Saudita, um país que intervém na guerra no Iémen desde 2015.
A ação contra as duas refinarias da gigante petrolífera saudita Aramco, líder mundial, reduziu a produção de petróleo em cerca de 5,6 milhões de barris por dia e fez com que o preço do petróleo disparasse.
A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Kelly Craft, insistiu nas alegações do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de que não há provas que os ataques tenham sido realizados pelo Iémen.
“Os dados mais recentes indicam que a responsabilidade é do Irão”, afirmou Craft, que pediu a Teerão, parceiro dos Huthis, que pare de “prestar ajuda letal (aos rebeldes) que desafia” as resoluções do Conselho de Segurança.
O porta-voz da coligação militar liderada pela Arábia Saudita que intervém no Iémen contra os rebeldes Huthis disse hoje que as armas usadas no ataque contra instalações de petróleo na Arábia Saudita são de origem iraniana.
A Arábia Saudita, que lidera a coligação árabe contra os Huthis no Iémen, já declarou que tem “vontade e capacidade” de reagir à agressão.
Segundo Griffiths, embora “não esteja totalmente claro quem está por trás do ataque, o facto de Ansar Allah (os Huthis) ter assumido a responsabilidade é suficientemente grave”.
A guerra no Iémen intensificou-se em março de 2015 com a intervenção da coligação árabe liderada por Riade e apoiada pelos Estados Unidos contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
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