As forças israelitas atacaram a cidade de Gaza na madrugada de segunda-feira, fazendo avançar colunas de tanques para o centro da cidade a partir de diferentes direções, naquele que tem sido encarado como um dos ataques mais intensos desde 7 de outubro.

O Serviço Civil de Emergência de Gaza disse acreditar que dezenas de pessoas foram mortas, mas as equipas de emergência não conseguiram chegar até elas devido às ofensivas em curso em Daraj e Tuffah, no leste, e em Tel Al-Hawa, Sabra e Rimal, mais a oeste.

Segundo a agência Reuters, os tanques israelitas estavam estacionados em algumas zonas de Tel Al-Hawa e Sabra, mas não tinham avançado ainda para dentro dos outros três distritos, que, segundo os residentes, já tinham sido bombardeados durante toda a noite e madrugada. Vários edifícios de vários andares foram destruídos, acrescentaram.

Na mesma sequência, de acordo com órgãos de comunicação social palestinianos, citados hoje pela agência EFE, morreram pelo menos três pessoas após os últimos bombardeamentos de Israel. A agência palestiniana Wafa refere que várias casas foram atingidas pelos ataques aéreos no sul da cidade de Gaza.

As mesmas fontes indicam que o Exército de Israel fez uma incursão no bairro de Tal al Hawa, incluindo operações de busca em edifícios industriais e universitários. Ao mesmo tempo o bairro de Rimal também foi atacado pelas forças de Israel.

Na mesma área, segundo a estação de televisão do Qatar, Al Jazeera, vários edifícios de habitação foram alvo de ataques obrigando os moradores a procurarem refúgio.

Por outro lado, fontes palestinianas afirmam que se verificou uma deslocação significativa de civis que procuraram abrigo na sede das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) na cidade de Gaza.

“Durante a noite, cumprindo indicações dos serviços secretos que assinalaram a presença de membros das milícias e depósitos de armas do Hamas e da Jihad Islâmica, o Exército e o Shin Bet (Serviços Secretos de Israel) lançaram uma operação antiterrorista na área”, refere um comunicado militar israelita difundido hoje de manhã.

A mesma nota acrescenta que o Exército eliminou “dezenas de terroristas, durante a operação terrestre” na zona de Shujaiya, cidade de Gaza, onde se registam combates desde a semana passada.

Segundo a EFE, na cidade de Jabalia, no norte do enclave, registaram-se 10 mortos, vítimas de um ataque aéreo que atingiu uma casa no bairro de Al Nazla. As forças de Israel ainda não mencionaram este ataque contra Jabalia.

O hospital da zona foi evacuado, de acordo com o diretor da unidade do centro hospitalar local citado pelos meios de comunicação palestinianos.

Apenas 15 dos 36 hospitais de Gaza continuam a funcionar sendo que os acessos à maior parte dos edifícios onde se prestam cuidados de saúde é parcial devido à insegurança, referiu hoje o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA).

No sul do enclave, as Forças Armadas de Israel mantêm a ofensiva, sobretudo em Rafah, onde, segundo fontes locais morreu uma mulher e três crianças palestinianas ficaram feridas nas últimas horas.

As vítimas, de acordo com testemunhas palestinianas, viviam na zona de Musabah no norte da cidade de Rafah.

Na mesma área, as forças de Israel dizem que projetaram uma operação com vista a “eliminar trinta membros das milícias do Hamas”.

Israel diz ainda que na cidade que faz fronteira com o Egito foram detetados novos túneis utilizados pelo Hamas para esconder armas mas não forneceu mais detalhes.

A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas contra Israel que fez 1.200 mortos, a 07 de outubro de 2023.

A resposta em grande escala de Israel fez, segundo o Hamas, mais de 38 mil mortos, até ao momento.

*com Lusa