À terceira não foi de vez. A seleção portuguesa de sub-21 falhou em cumprir a promonição do famoso ditado português, tendo sido ‘rasteirada’ por outro, que tende a falhar muito menos vezes, enunciado por Gary Lineker em 1990: “O futebol é um jogo simples. 22 jogadores perseguem a bola e no final ganha a Alemanha".
A frase perdurou no tempo e transformou-se naquilo que hoje é o famoso ditado “o futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha”.
Na realidade, pouco interessa como a frase é formulada porque a verdade é só uma: este domingo os jovens da Mannschaft venceram por 1-0 (Lukas Nmecha 49’) os jovens portugueses.
A seleção sub-21 alemã venceu pela terceira vez a competição, passando a ser também a terceira com mais títulos na categoria. Já Portugal perdeu a terceira final do Euro de sub-21, depois das derrotas em 1994 (0-1 com a pentacampeã Itália) e 2015 (3-4 nos penáltis diante da Suécia, após 0-0 no prolongamento).
Portugal, que polvilha a Europa do futebol com alguns dos melhores talentos - de Rúben Dias, recentemente eleito melhor jogador da temporada na Premier League, a João Félix, um dos jogadores mais caros do mundo -, desde o bicampeonato mundial da seleção de sub-20, em 1989 e 1991, que falha em confirmar toda a sua capacidade no último escalão antes da seleção A.
O trabalho de Rui Jorge à frente dos sub-21 é indiscutível: em dez anos conseguiu duas finais de europeus. Muitos dos talentos que o antigo defesa esquerdo do FC Porto e Sporting elegeu para o escalão deram frutos na seleção principal. No entanto, continua a faltar a concretização final de todo um trabalho, aquele salto que permitiria completar o palmarés dos escalões de formação da equipa das Quinas.
Mas quando é que isso será possível ? Se não foi em 1994 com Rui Costa, João Vieira Pinto e Luís Figo, se não foi em 2015 com William Carvalho, Bernardo Silva e João Mário, se não foi em 2021 com Rafael Leão, Florentino Luís, Dany Mota ou Tiago Tomás, vai ser quando?
Desculpe-me, caro leitor, mas eu sofro nestas finais como sofri em 2004 quando perdemos a final do Europeu de seniores com a Grécia, como quando dois anos depois caímos nas meias-finais do Mundial com França, como quando perdemos o Mundial de sub-20 com o Brasil em 2011 ou quando perdemos a final do Euro de sub-21 diante da Suécia em 2015.
Talvez o Éder tenha a resposta, talvez esta seja a frustração necessária para uma grande vitória e um grande festejo. Talvez seja, mas custa ver os nossos jovens a cair e a Alemanha a continuar a ganhar. Talvez nos falte crescer mais um bocadinho ao ponto de sermos eternizados num ditado daqueles que resolvem jogos ainda antes destes começarem. Talvez isto seja só frustração e o que conta nestas categorias é mesmo o processo para que a seleção A possa vencer. Talvez...
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