A PSP está presente no local e já fez detenções. Segundo o SAPO24 apurou no local, ouviu-se uma salva de palmas no momento das detenções.

Os seguranças do hotel fecharam de imediato as portas que dão para o exterior, onde um grupo das juventudes partidárias dos sociais-democratas e democratas-cristãos cantava o hino da campanha, enquanto os ativistas protestavam.

O episódio aconteceu cerca das 21:45, quando um pequeno grupo de ativistas climáticos atirou bolas de tinta vermelha e potes de fumo à entrada envidraçada do hotel de cinco estrelas onde está concentrado o quartel-geral da Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) nas eleições legislativas.

A policia no local pediu reforços, fez uma barreira entre os elementos das juventudes partidárias – que gritavam “criminosos, prisão” - e os ativistas climáticos, que acabaram por ser levados do local cerca de 20 minutos mais tarde numa carrinha da polícia de intervenção.

"Não quero viver num país onde o fascismo, a extrema-direita, a violência contra todos nós vai aumentar (…) Nós estamos do lado certo da história”, disse uma das ativistas perante os jornalistas, rodeada de polícias, antes de ser colocada na carrinha.

A Climáximo reivindicou, entretanto, o protesto, dizendo que quatro pessoas foram detidas durante a ação.

"A sociedade não pode continuar a consentir ser dirigida rumo ao caos climático"

Os ativistas da Climáximo divulgaram um comunicado após pintarem o quartel-general da AD com tinta vermelha.

"Quer a AD, quer qualquer partido que apoie esta coligação para formar governo, deixaram claro nos seus programas que não vão tomar as medidas necessárias para prevenir a morte de milhares de pessoas e a destruição de tudo o que amamos através da crise climática. Eles decidiram premeditadamente desistir da vida em prol do lucro. Nos próximos quatro anos eles e as empresas vão tentar continuar a guerra em vigor contra o planeta e as pessoas. A sociedade não pode continuar a consentir ser dirigida rumo ao caos climático", diz António Assunção, porta-voz do movimento.

"Estas eleições deixaram claro que travar a crise climática está neste momento apenas nas mãos das pessoas, já que partidos e instituições rejeitam agir. Os próximos quatro anos serão contados como os anos em que todos sabiam da existência da crise climática e suas consequências e deixaram-se guiar para o colapso da civilização, ou em alternativa, como os anos em que a sociedade se juntou para travar o caos, impedir os efeitos mais catastróficos da crise climática e construir uma sociedade em que a vida está no centro, ao invés do lucro. O Climáximo apela à população para, a partir de amanhã e todos os dias seguintes, resistir pela sua vida e pela de milhões de outras pessoas ameaçadas pela crise climática", referiu ainda.