“É claro que o engenheiro António Guterres é consistentemente o candidato que mais apoios tem obtido", disse à Lusa Augusto Santos silva. O ministro dos Negócios Estrangeiros vinca que Guterres "é o candidato em relação ao qual o reconhecimento das suas qualidades é genérico" e sublinha que esse facto dá mais força à sua candidatura. Afastando euforias, o ministro afirmou que agora "temos de aguardar tranquilamente pelas próprias fases deste processo”.
Santos Silva destacou que António Guterres conseguiu “os melhores resultados” em todas as votações, quer em relação aos votos de encorajamento , quer quanto aos de desencorajamento.
“A candidatura do engenheiro Guterres foi-se consolidando ao longo das sucessivas votações e, terminado este ciclo, o balanço que é possível fazer é que é uma candidatura generalizadamente reconhecida como a candidatura de alguém que está em excelentes condições para ser secretário-geral das Nações Unidas”, considerou o chefe da diplomacia portuguesa.
Para o titular da pasta ministerial , a candidatura do antigo alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados caracteriza-se por ser “muito sóbria, apostando tudo nas qualidades sobejamente conhecidas” de Guterres, além de ser “independente; não se dirige contra ninguém, não tem nenhum adversário”.
Esta é uma candidatura que se dirige a todos, diz: “A todos dizemos, sejam membros ou não do Conselho de Segurança, que entendemos que o engenheiro António Guterres é a pessoa com melhores condições para ser secretário-geral das Nações Unidas”.
Prova disso é a forma como o país se uniu em torno desta candidatura, “é muito importante para a candidatura que todos os órgãos de soberania estejam unidos na sua defesa e na sua promoção e que as forças políticas portuguesas estejam também unidas no apoio ao nosso candidato”, destacou.
Além disso, “têm havido muitos contactos” a todos os níveis, envolvendo desde o Presidente da República ao primeiro-ministro, passando pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ou embaixadores. “Toda a diplomacia portuguesa está mobilizada”, garantiu.
“Temos que dar tempo ao Conselho de Segurança para chegar a um consenso sobre a pessoa que há de propor à Assembleia Geral como próximo secretário-geral das Nações Unidas”, reiterou Santos Silva.
O ex-primeiro-ministro português António Guterres ficou à frente na quinta votação informal secreta realizada hoje pelos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da organização, disseram fontes diplomáticas à Lusa.
Guterres teve votos 12 votos a favor, dois contra e outros dois sem opinião, precisamente o mesmo resultado da última votação, que ocorreu a 9 de setembro.
A votação de hoje encerra o primeiro ciclo do processo de escolha do novo secretário-geral da ONU, já que na próxima votação, prevista para a primeira semana de outubro, serão diferenciados, com boletins de cores diferentes, os votos dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China, com poder de veto) e os restantes membros não permanentes do Conselho.
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