Desde o golpe de fevereiro de 2021, o regime militar lançou uma campanha de assédio judicial contra a laureada com o Prémio Nobel da Paz de 76 anos de idade sobre uma série de alegações destinadas a minar a sua reputação.

A última acusação, apresentada este mês pela polícia, acusa Suu Kyi de se apropriar indevidamente de 480.000 euros doados entre 2019 e 2020 a uma fundação a que presidiu, relata The Global New Light of Myanmar.

Suu Kyi, que tem estado detida desde o golpe, já enfrentou uma dúzia de acusações de corrupção por alegadamente receber subornos, abusar da sua posição para alugar terrenos, construir uma residência com fundos doados e comprar e alugar helicópteros, todos eles com uma pena de prisão até 15 anos.

No início de dezembro passado, Suu Kyi foi condenada a quatro anos de prisão - reduzidos a dois anos após ter recebido um indulto da junta militar - por violar leis anti-pandémicas e incitação contra a junta militar.

A líder deposta foi também condenada a 10 de Janeiro a quatro anos de prisão por falhar contra medidas contra a propagação da covid-19 durante um comício eleitoral e por importar ilegalmente dispositivos de telecomunicações.

Anteriormente, os advogados de Suu Kyi, que foram impedidos pela junta militar de falar aos meios de comunicação social, disseram que Suu Kyi nega todas as acusações contra ela.

O golpe mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica, e abriu uma espiral de violência com novas milícias civis que exacerbaram a guerra de guerrilha que o país tem vindo a viver há décadas.