Em declarações à agência Lusa, à margem da reunião de câmara que se realizou hoje, Eduardo Vítor Rodrigues disse que "na prática" sente que "se perderam 45 dias" com o lançamento de um novo concurso, mas garantiu estar confiante no desfecho.

"O atraso entristece, mas estou muito tranquilo também porque com estes milhões de euros a mais não há hipótese de existir falha. Quer a de Gaia quer a do Porto são duas linhas estratégicas e o Governo agiu muito rapidamente e vamos ter este processo resolvido", disse Eduardo Vítor Rodrigues.

Na sexta-feira foi tornado público que a expansão das linhas Rosa (entre a Praça da Liberdade e a Casa da Música, no Porto) e Amarela (prolongamento até Vila d'Este, em Gaia) do Metro do Porto foi reforçada em 95 milhões de euros, passando a verba total das duas obras de 270 para 365 milhões de euros.

Em comunicado, o Ministério do Ambiente e Ação Climática esclareceu que a decisão foi tomada no Conselho de Ministros de quinta-feira e que a Metro do Porto vai lançar um novo concurso para as empreitadas na quarta-feira, de modo a que ambas "sejam concluídas antes do final de 2023".

O ministério revelou que "todos os sete concorrentes" do concurso público que terminou no dia 09 apresentaram valores que ultrapassavam o valor base das empreitadas", razão pela qual a empresa "solicitou ao Governo um reforço de verba" e o mesmo "foi aprovado".

"Assim, o valor da empreitada para a Linha Amarela passa a ser de 130 milhões de euros, enquanto a da Linha Rosa se fixa em 235 milhões de euros", descreveu a tutela.

Questionado pela Lusa sobre esta matéria, Eduardo Vítor Rodrigues, autarca de Gaia e presidente da Área Metropolitana do Porto, voltou a lamentar, à semelhança do que tinha feito em situações anteriores sobre concursos como o da Ponte D. Luís, que faz a travessia entre Porto e Gaia, ou para a ligação ferroviária conhecida como Linha do Norte, que "os concursos fiquem desertos por seguirem com valores orçamentados um ano ou dois anos antes".

"Isto tem acontecido sucessivamente em grandes concursos. Mas a deliberação do Conselho de Ministros permitem-nos antecipar que durante o mês de abril teremos o encerramento deste processo", disse o autarca.

Eduardo Vítor Rodrigues explicou, ainda, que os concorrentes pré-qualificados têm agora 30 dias para responder, prazo que se justifica, defendeu o autarca, porque "já conhecem o dossiê e só têm de atualizar os montantes".

Na sexta-feira, o Ministério do Ambiente indicou que o conjunto dos dois projetos - Linha Rosa e Linha Amarela - representa um "reforço de 95 milhões de euros".

No concurso anterior, o prolongamento da Linha Amarela até Vila d'Este, em Vila Nova de Gaia, foi apresentado com um valor base de 95 mil euros, pelo que o reforço foi de 35 milhões de euros.

Esta extensão permitirá construir um troço com três estações e cerca de três quilómetros, que ligarão Santo Ovídio a Vila d'Este

No início de abril de 2020, quando foram lançados os concursos para as duas obras, o ministro do Ambiente apontou para três anos, em 2022, o prazo de conclusão das empreitadas.

O Metro do Porto opera atualmente em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto através de uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, tendo em 2019 ultrapassado os 71 milhões de clientes, de acordo com dados da empresa.

Hoje, na sessão camarária, o protocolo a celebrar entre a Metro do Porto, o Estado português e os Municípios abrangidos pela rede de metro, bem como com a Área Metropolitana do Porto, e que visam estudos de procura relacionados com expansões de rede, foi aprovado por unanimidade.