“Tendo nós lutado, durante anos e anos, para que o museu pudesse ser classificado como museu nacional, há agora necessidade que o Estado, a esta classificação, faça corresponder os meios e recursos para que exerça as suas funções”, afirmou o autarca.
Pinto de Sá falava à agência Lusa a propósito de uma recomendação aprovada esta semana, em reunião de câmara, por unanimidade, a “manifestar preocupação com a situação da pintura de Pieter Bruegel” que se encontrava no museu.
O quadro, que pertence à coleção do Novo Banco, foi mandado retirar deste espaço museológico pela entidade bancária, por ter sido detetada uma “anomalia” no seu estado de conservação, noticiou, na semana passada, o jornal Público.
Segundo a notícia do Público, a obra, que se encontra agora no Laboratório José de Figueiredo, poderá precisar de restauro.
O autarca de Évora indicou hoje à Lusa que a recomendação aprovada pelo município partiu de uma proposta apresentada pelos vereadores do PS, acrescentando que foi “consensualizada uma posição da câmara”.
Essa recomendação, que vai ser enviada ao Governo, constata que o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo “tem um orçamento extraordinariamente baixo e insuficiente, até para as questões correntes quase”, referiu.
Pinto de Sá realçou que o executivo municipal está preocupado com “os problemas de conservação”, os quais não afetam “apenas aquela obra, mas a generalidade das obras”, pelo que a recomendação “chama à atenção do Governo para essa situação”.
“Há a necessidade de reforçar os meios para garantir que as obras que necessitam de determinadas condições de conservação tenham essas condições asseguradas”, sublinhou o autarca comunista.
A Câmara de Évora decidiu também “pedir para ouvir a diretora do museu para perceber qual é a situação e quais são as preocupações e anseios e acompanhar, de uma forma permanente, as questões de património ligadas ao museu”, notou.
“Depois, face às reações que tivermos, avaliaremos o que a câmara pode fazer no futuro”, acrescentou.
Esta pintura de Pieter Bruegel, intitulada “Festa de casamento”, foi cedida pelo Novo Banco ao Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo para exposição permanente, na sequência da assinatura de um protocolo em abril de 2020.
Na altura, a Direção Regional de Cultura do Alentejo indicou que a iniciativa enquadrava-se no programa “Novo Banco Cultura” e resultava de uma parceria estabelecida em 2018 com o Ministério da Cultura no sentido de disponibilizar ao público algumas obras do património artístico e cultural daquela entidade.
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