Acompanhada pelo atual vereador do BE com o pelouro dos direitos sociais e educação na Câmara de Lisboa, Manuel Grilo, e a candidata do BE à presidência da autarquia da capital nas próximas eleições autárquicas, Beatriz Gomes Dias, Catarina Martins visitou esta manhã uma moradora do programa “Housing First”, que visa dar uma habitação digna na cidade a pessoas em situação de sem-abrigo.
Questionada sobre a disponibilidade do partido reeditar o acordo pós-eleitoral que fez com o PS em 2017 para a governação de Lisboa, a líder bloquista respondeu que o “Bloco de Esquerda nunca desiste de um acordo que possa melhorar a vida das pessoas”.
“Nós estamos muito interessados em continuar o trabalho que temos tido nos direitos sociais, na educação, em que mudámos paradigma”, assegurou.
De acordo com Catarina Martins, “toda a disponibilidade” do BE para continuar o trabalho na Câmara de Lisboa pressupõe “muita exigência e muita determinação” porque os bloquistas sabem que “é possível fazer muito melhor e há tanto para fazer”.
“O Partido Socialista nunca teve abertura para acordos. Em 2015 também não queria um acordo parlamentar, queria uma maioria absoluta. Fernando Medina em 2017 também queria uma maioria absoluta. O Partido Socialista quer sempre maioria absoluta”, respondeu, quando questionada se via a mesma abertura da parte do presidente recandidato à Câmara de Lisboa.
Na perspetiva da líder do BE, “o que determina se depois é possível fazer melhor e ter uma política mais à esquerda, que responde pela vida concreta das pessoas é a força que a esquerda tiver e é a força que o Bloco de Esquerda terá”.
“Provámos que era possível uma política autárquica diferente e o Bloco de Esquerda está a mudar a política autárquica em Lisboa e em todo o país e estamos orgulhosos disso”, afirmou.
Dando o exemplo do problema das pessoas em situação de sem-abrigo, que admite ainda não estar resolvido, Catarina Martins defendeu que “o BE na Câmara de Lisboa mudou a política” porque anteriormente só se ouvia falar da resposta a estas pessoas “quando se falava do jantar de Natal ou da abertura das estações de metro nos dias de muito frio”.
“E agora não. Agora fala-se de projetos como este, que deixou de ser um projeto pequenino, de 50 casas, para 340 casas e que deve continuar a expandir-se para que as pessoas tenham solução”, sublinhou, dando o exemplo da moradora que visitou esta manhã na sua casa, Heloísa Tavares, que está abrangida pelo “Housing First”, ou de 2000 pessoas em acolhimento temporário.
Para a coordenadora bloquista trata-se de “mudar o paradigma” e “mostrar que as autarquias podem fazer melhor”, considerando que esse “tem sido um extraordinário trabalho que o BE tem feito na Câmara de Lisboa que não aconteceria se houvesse maioria absoluta do PS”.
“É preciso dizer que nenhum dos outros partidos que teve responsabilidade quis alguma vez fazer esta mudança de paradigma na forma como cuidamos das pessoas mais vulneráveis da nossa sociedade e é esta luta que temos e que esperamos poder ir mais longe em Lisboa e em todo o país”, criticou.
Elencando aquilo que considera serem conquistas do partido em Lisboa na área da educação, Catarina Martins pediu “mais força” do BE “para aqueles setores que podem mudar mais como por exemplo a questão da habitação, um dos maiores problemas deste mandato”.
“Como sabem, o PS insistiu num modelo em que achava que os privados iam ajudar a resolver o problema. Bem, os privados não ajudam. O que ajuda é o pilar público que foi proposto pelo BE e na verdade com os 7% que o BE teve em 2017 garantiu as habitações todas, ainda que poucas, que houve acessíveis neste período e os vereadores todos do PS garantiram zero”, enfatizou.
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