"Fico absolutamente chocada com o silêncio das autarquias durante anos e anos enquanto as suas populações viam ser degradados os serviços que lhes dão apoio", condenou Catarina Martins durante um comício da pré-campanha para as eleições autárquicas, que hoje decorreu ao final da tarde na Marinha Grande, distrito de Leiria, onde o BE apresenta como cabeça de lista a professora Ilda Coelho.
A coordenadora do BE criticou a forma "como os poderes autárquicos, um pouco por todo o país, na generalidade dos casos se calaram enquanto as condições de acesso à educação, à saúde, à cultura, às condições ambientais em cada uma das comunidades se foi degradando".
"Esse silêncio foi um silêncio cúmplice da destruição dos serviços públicos e é também para mudar este estado de coisas que o BE se apresenta às eleições autárquicas", concretizou.
As eleições autárquicas de 01 de outubro têm que ser, para Catarina Martins, "uma afirmação da exigência do poder local".
"A ideia de que em cada freguesia ou em cada concelho, se o Governo manda apertar, se aperta ainda mais é uma ideia absolutamente perigosa sobre as condições de vida do nosso país", avisou.
A líder do BE aproveitou o discurso para voltar a dois compromissos autárquicos que assume para estas eleições locais: precariedade zero nas autarquias e exigência de garantia de trabalho justo a todas as empresas contratadas pelas autarquias.
"As autarquias podem e devem ter um papel essencial cada vez que lançam um concurso para fazerem uma contratualização pública e essa exigência que podem fazer é a da garantia trabalho justo, ou seja, que não se possam fazer contratualizações com empresas que reconhecidamente têm situações de abuso e assédio laboral, de recurso ilegal à precariedade", sugeriu.
Segundo Catarina Martins, se já há exigências ambientais e de pagamentos feitos no fisco ou na segurança social, é preciso fazer uma "mudança gigantesca" em Portugal.
"Exigir que os direitos dos trabalhadores sejam cumpridos em cada empresa em que há direito público porque contratualiza com uma autarquia", concretizou.
Para a líder bloquista este fundamental combate à precariedade não é diferente do longo caminho que foi feito para erradicar o trabalho infantil em Portugal, uma vez que também era aceite socialmente e hoje está extinto.
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