“Preferiria claramente que o ato eleitoral pudesse decorrer em dois dias consecutivos em vez de dois fins de semana porque creio que o dia de reflexão já não tem utilidade para a grande maioria dos portugueses, chegam àquele dia já têm a sua decisão tomada”, afirmou aos jornalistas o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, à margem de uma reunião do conselho nacional do partido, em Lisboa.

Rodrigues dos Santos alertou, porém, que a decisão, por parte do Governo, “tem que estar salvaguardada do ponto de vista preparação logística”, dando como mau exemplo as presidenciais de janeiro, em que filas grandes nas grandes cidades no voto antecipado, no domingo anterior às eleições.

O Governo, avisou ainda, “não pode continuar a cometer os mesmos erros nas eleições presidenciais por falta de preparação”.

E recomendou ao executivo “toda a prudência, toda a cautela, todo o trabalho preparatório, de previsão e planeamento” neste dossiê das autárquicas que se realizam no outono.

Na sexta-feira, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita admitiu, em entrevista à agência Lusa, a possibilidade de as eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro, se realizarem em dois fins de semana devido à pandemia de covid-19.

Eduardo Cabrita disse que nas eleições autárquicas "não está previsto o voto antecipado", mas existe "abertura para ponderar modelos", sendo "a distribuição do voto entre dois fins de semana perfeitamente possível".

Ressalvando que "tudo depende da Assembleia da República", o governante explicou que, nas eleições autárquicas, "não é possível o voto em mobilidade porque isso implicaria ter tantos boletins de voto disponíveis quantas as três mil freguesias que existem no país e, portanto, seria uma operação logística impossível".