Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos acompanharam Carlos Moedas na descida de parte da Avenida da Almirante Reis, escolhida pela sua “multiculturalidade” e para denunciar os problemas com as ciclovias ali construídas, mas foi o debate de quinta-feira na SIC que animou a iniciativa.
“O presidente da Câmara de Lisboa parecia um candidato vindo de fora, que não consegue responder cabalmente às questões e às críticas, vi uma grande fragilidade”, apontou o líder do PSD.
Em contraponto, Rio destacou “um discurso muito afirmativo e conhecedor da cidade” de Moedas, considerando que o primeiro debate cumpriu o objetivo de mostrar que há “um presidente de câmara frágil e uma oposição com possibilidades de ganhar estas eleições”.
“Temos a ambição de vencer as eleições na Câmara de Lisboa, o debate foi bastante ilustrativo sobre o potencial ganhador desta candidatura”, corroborou Francisco Rodrigues dos Santos, que apontou Moedas como a única opção para os que “querem afastar o socialista” da autarquia da capital.
O líder do CDS-PP considerou que Medina “continua a não responder pela má gestão que tem feito na cidade” e alertou que a sua “simpatia" com BE e PCP é sinal de mais uma oportunidade perdida”.
“A vitória em Lisboa, se vier a acontecer, é um empurrão bastante violento para o PS também perder o poder a nível nacional”, acrescentou o democrata-cristão.
Questionado também sobre a leitura nacional do resultado na Câmara de Lisboa, Rio admitiu que a autarquia da capital “é a mais importante” do país”, mas sem dramatismos.
“Nem o meu futuro está nas mãos do engenheiro Carlos Moedas, nem o dele está nas minhas, ele tem valor próprio”, salientou.
Carlos Moedas recusou igualmente essa responsabilidade nacional, lembrando que integra uma coligação com cinco partidos “e muitos independentes”.
“A responsabilidade que sinto é perante os lisboetas (…) É uma responsabilidade porque a cidade precisa mesmo de mudar. Ontem ficou claro que só há um candidato que pode tirar Fernando Medina da Câmara de Lisboa e esse candidato sou eu”, apontou.
O presidente do PSD foi novamente questionado sobre notícias que dão conta da preparação de uma candidatura à liderança por parte do eurodeputado Paulo Rangel, mas voltou a recusar comentar.
“Nós temos dez dedos das mãos, não sei se os dedos das mãos me chegam para as vezes que me perguntaram isso e eu dou a mesma resposta: não vou responder, estou focado nos resultados das autárquicas (…) O que devo fazer é o melhor que posso e sei”, disse.
Perante as perguntas dos jornalistas sobre os nomes do CDS-PP que integram a lista, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que escolheu “os melhores esta candidatura”, e deu os exemplos de Filipe Anacoreta Correia (presidente do Conselho Nacional do partido e número dois da lista candidata a Lisboa) e Isabel Galriça Neto (antiga deputada e candidata à Assembleia Municipal).
“Eu não afastei rigorosamente ninguém, as escolhas pertencem às direções dos partidos, como toda a gente sabe. Rui Rio fez as dele, eu fiz as minhas”, frisou.
Sobre uma possível diminuição de vereadores do CDS-PP no executivo municipal, que atualmente são quatro, o líder ressalvou que “cada eleição tem as suas circunstâncias próprias” e recusou “comparar estas eleições com há quatro anos, desde logo porque a concorrência no espaço político é maior”.
A arruada entre o Café Império e o Largo do Intendente juntou hoje largas dezenas de apoiantes, mas não houve muitos contactos com quem passou na rua, com o candidato Moedas a optar por entrar em alguns estabelecimentos comerciais apresentando como “surpresa” os líderes convidados.
Segundo Moedas, Rui Rio e Rodrigues dos Santos ainda se voltarão a juntar à sua campanha, mas prometeu que, mesmo sozinho, irá continuar a falar aos lisboetas “de manhã à noite”.
Concorrem à Câmara de Lisboa o atual presidente Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (PCP), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
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