Este apelo ao voto foi feito por Marcelo Rebelo de Rebelo de Sousa numa mensagem ao país, na qual agradeceu “o sentido de sacrifício dos autarcas de todas as sensibilidades, no poder ou na oposição, ao longo do último ano e meio” de pandemia de covid-19, recordando aqueles que morreram “ao serviço das populações”.
Na habitual mensagem presidencial transmitida em véspera de atos eleitorais, o chefe de Estado deixou um “veemente apelo” aos eleitores – um apelo que dirigiu como Presidente da República, “mas também como português” – para que votem no domingo, afirmando que “é mais importante do que nunca”.
“É um redobrado dever de consciência. Por memória deste ano e meio que não esqueceremos. Por vontade de sair da crise definitivamente e de recomeçar a viver a vida a que todos temos direito”, defendeu.
Na sua mensagem, o Presidente da República assinalou que estas serão as décimas terceiras eleições locais da democracia portuguesa, mas “as primeiras marcadas por três crises ao mesmo tempo: a da pandemia, a da economia e a da sociedade”.
“Nós sabemos que a memória das pessoas é, frequentemente, curta. Mas, desta vez, não esquecemos nem esqueceremos. Até ao início de maio, vivíamos em estado de emergência. Em junho, em estado de calamidade”, observou.
O chefe de Estado lembrou também que as restrições por causa da covid-19 permaneciam no país “quando as eleições foram convocadas, em julho, e as candidaturas apresentadas, em agosto”.
“E muitas dessas restrições duraram até à própria campanha eleitoral, em setembro. À medida que a notável aventura coletiva da vacinação ia ganhando o combate contra a pandemia – mérito do pessoal da saúde, de instituições e serviços básicos, de autarcas, das Forças Armadas e da maioria esmagadora dos portugueses”, apontou.
Neste contexto, o chefe de Estado realçou em seguida que as eleições autárquicas envolvem “centenas de milhares de candidatos para 3092 assembleias de freguesia, 308 assembleias municipais e mais 308 câmaras municipais.
“Para a coragem cívica de todas e de todos que se empenharam em longas e difíceis campanhas, vai o nosso acrescido reconhecimento. Só quem foi candidato a autarca em tempos muito, muito mais simples – eu sei do que falo – pode entender bem o que é fazer campanha numa situação como esta”, frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa deixou depois um rasgado elogio à ação dos autarcas em geral ao longo do período de pandemia.
“Para o sentido de sacrifício dos autarcas de todas as sensibilidades – no poder ou na oposição – ao longo do último ano e meio, vai a nossa profunda gratidão. Em especial, para aqueles que nos deixaram ao serviço das populações. Foram excecionais a acorrer a casos dramáticos, tantas vezes sem meios, sem tempo, para tamanhas urgências. Em casas, em lares, em escolas, em locais de trabalho e em unidades de saúde”, referiu.
Segundo Presidente da República, nos períodos de maior incidência da covid-19, os autarcas conseguiram descobrir “material de proteção sanitária, testes, ventiladores, improvisaram espaços de isolamento profilático, serenaram emigrantes, ajudaram infetados, apoiaram desempregados e insolventes, choraram mortos e deram força a vivos”.
“É isto ser-se autarca. E, ser-se autarca, numa crise, na saúde, na economia e na sociedade. Para quem vier a ser eleito, tendo a missão essencial de recuperar da mais inesperada e abrupta crise do último século, vai a nossa exigente esperança”, acrescentou.
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