Francisco Rodrigues dos Santos arrancou o dia de campanha em Beja, numa arruada ao lado do candidato da coligação “Beja consegue” (PSD/CDS-PP/Iniciativa Liberal/PPM/Aliança) à presidência do município, Nuno Palma Ferro.
Em declarações aos jornalistas no final do percurso, o líder foi questionado sobre as razões de não estar previsto (segundo o itinerário distribuído aos jornalistas) que faça campanha junto de candidatos autárquicos que representam a sua oposição interna, como Adolfo Mesquita Nunes, João Almeida ou Nuno Melo.
“Não fui convidado a ir São João da Madeira, como não fui convidado a ir a Vila Nova de Famalicão, como não fui convidado a ir a uma série de sítios”, afirmou.
Apontando que o país tem 308 municípios e que não possui “o dom da ubiquidade, isso só nosso senhor Jesus Cristo”, Francisco Rodrigues dos Santos salientou que não conseguirá “nestas duas semanas [de campanha oficial] estar em todo os concelhos do país”.
Assim, quis “priorizar os sítios” onde a sua presença “foi requerida”.
Perante as perguntas dos jornalistas, o líder centrista rejeitou “qualquer discurso de que o partido está desunido ou não está mobilizado”.
“Mas o facto de não estar o presidente do partido significa que o partido está desunido? Eu não percebo esta conclusão”, apontou, considerando que “essa é uma dicotomia criada pelos jornalistas, oposição interna e direção do partido”.
Rodrigues dos Santos defendeu que “o CDS está forte, unido e mobilizado para obter o melhor resultado possível nestas eleições autárquicas”, e reiterou que o objetivo em 26 de setembro é ter um melhor resultado do que há quatro anos e eleger mais autarcas.
“Numa altura em que se pedia que o partido estivesse mobilizado e todas as suas figuras e os principais protagonistas soubessem aceitar o desafio de concorrer nas autárquicas, o fizeram, não pode haver maior prova de força e de unidade do CDS”, frisou igualmente.
Na arruada que durou cerca de 40 minutos, e na qual presidente do partido e candidato contactaram maioritariamente com cidadãos que se encontravam nas esplanadas do centro da cidade, distribuíram-se panfletos com a apresentação dos candidatos e as “ideias-chave” do programa da coligação, que se juntavam nas mesas aos entregues momentos antes pelos candidatos do BE.
Numa confeitaria, Nuno Palma Ferro desafiou Francisco Rodrigues dos Santos a comer “um pastel de nata muito melhor do que os pastéis de Belém”, o que acabou por não ser possível visto que ainda não tinham saído do forno.
No mesmo local, encontraram um antigo autarca da CDU que é empresário na área do turismo e que pediu uma maior dinamização da zona.
“Os autarcas também têm um papel fundamental na promoção das suas terras e na captação de turistas enquanto embaixadores de cada região”, respondeu o presidente do CDS-PP.
Mais à frente, já noutro café, Francisco Rodrigues dos Santos ficou alguns minutos à conversa com três idosas – Eduarda, Mónica e Ana -, a quem mostrou a fotografia do seu avô, que completou 100 anos.
“O que eu vos desejo é que cheguem a essa idade”, disse, deixando um desafio: “quando atingirem os 100 anos, podem ter a certeza que me podem chamar porque eu sou especialista em organizar festas de 100 anos”.
Aos jornalistas, o democrata-cristão defendeu que “é necessário que esta campanha autárquica também chame a atenção para os desafios que se colocam às pessoas que não vivem nos grandes centros urbanos” e apontou que a governação de esquerda “tem conduzido à estagnação económica e social destas regiões”.
“Afirmar uma alternativa de centro-direita que diga que mais votos numa coligação PSD/CDS significa mais juventude, mais emprego, mais investimento, mais acessibilidades, mais cuidados de saúde e mais apoios aos idosos” em territórios que “precisam de uma representação política que sacuda a ideologia do socialismo”, frisou ainda.
O atual executivo de Beja é formado por quatro eleitos do PS e três da CDU (PCP/PEV).
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