"Esta decisão de Miguel Quintas foi aceite pelos órgãos locais e nacionais da Iniciativa Liberal, a quem agora compete ponderar e decidir sobre o novo candidato do partido no processo autárquico em Lisboa", refere o mesmo comunicado.
De acordo Observador, quem avançou com a notícia, os liberais mantêm a decisão de avançar com uma candidatura própria em Lisboa. Para já, ainda não há nome para substituir Miguel Quintas.
Desde o anúncio que o nome do candidato tem suscitado alguma polémica. O até agora candidato liberal à Câmara de Lisboa defendeu no ano passado, numa entrevista publicada a 9 de abril no site da Ambitur, a nacionalização da TAP.
Meses depois, na SIC Notícias, num vídeo partilhado pela Iniciativa Liberal, Miguel Quintas criticava o valor dos apoios dados à TAP, dizendo que os 1.200 milhões injetados pelo Governo na empresa, representava “metade do apoio que foi dado às empresas todas do país".
Esta segunda-feira, numa publicação nas redes sociais, com um texto de nove pontos, Miguel Quintas, além de falar da TAP como um "buraco descomunal a caminho de mais de 4 mil milhões de euros" do qual "ainda nem se viu o fundo", acusou o Governo de "continuar a insistir no mesmo caminho, sabendo que tal percurso apenas resultará numa ainda maior erosão da riqueza nacional".
Liberais rejeitam coligação com Moedas
A decisão de apresentar um candidato próprio em vez de apoiar Moedas foi tomada pela Comissão Executiva. O anúncio foi feito este sábado na Praça do Município, com a Câmara de Lisboa como pano de fundo, tendo João Cotrim Figueiredo.
Para Cotrim Figueiredo, “a decisão não é fácil porque a maior parte dos partidos tem uma tentação de ter sucessos eleitorais imediatos”, uma tentação que garante que a Iniciativa Liberal não tem.
“Esta é a decisão certa porque sabemos que esses sucessos eleitorais só têm significado se forem conseguidos sem atalhos e com incoerência”, argumentou.
Na perspetiva do líder liberal, a conquista de mandatos e lugares deve ser feita, “não mudando apenas caras, mas mudando políticas e sobretudo forma de fazer política”.
“Esta decisão não foi fácil porque tem óbvios riscos mediáticos e óbvios riscos eleitorais, mas é a decisão certa porque a Iniciativa Liberal sabe que, sem a coragem que correr esses riscos implica, nada desses sucessos significam alguma coisa e não estaremos aqui, daqui por seis meses, a anunciar uma vitória eleitoral da IL”, acrescentou.
Lisboa é atualmente, segundo Cotrim Figueiredo, “uma cidade sem ambição, uma câmara com demasiada burocracia, com demasiadas lógicas clientelares de exercício do poder”.
“[Lisboa] precisa de ser muitíssimo corajosa como aquilo que esta nossa decisão representa também”, antecipou.
O ex-comissário europeu Carlos Moedas foi apresentado em 25 de fevereiro como candidato do PSD à Câmara de Lisboa e recebeu no dia seguinte o apoio do presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos.
[Notícia atualizada às 00h09]
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